Fantasma da candidatura de Zé Filho ‘assombra’ Marcelo, que não decola
Faltando pouco mais de um mês para as convenções de junho, a base governista ainda não conseguiu definir o principal para uma campanha que tenta ser vitoriosa: o candidato cabeça de chapa. O deputado Marcelo Castro (PMDB), que seria o nome principal como pré-candidato até o momento não tem conseguido se destacar como líder do grupo e vive uma disputa velada com o governador Zé Filho (também do PMDB) nos bastidores.
O ‘fantasma’ da candidatura de Zé Filho assombra Marcelo, que já é chamado de candidato ‘Pé de Chumbo’, por não conseguir decolar nas pesquisas. A situação se mantinha tolerável enquanto o vice garantia que Marcelo era o candidato, mas passou a ser insustentável para o deputado, após Zé Filho declarar, em solenidade na Escola Fazendária, na manhã desta terça-feira, que uma candidatura à reeleição seria possível, o que provocou um burburinho na base.
Uma mudança na chapa governista começou a ser ensaiada depois da vista do governador Zé Filho ao município de Angical, região Centro/Norte do estado. Zé Filho foi lançado candidato por um grupo de prefeitos e lideranças que acompanhavam a visita. De volta a Teresina, o governador ainda negou que fosse candidato, mas diante das dificuldades encontradas por Marcelo, ele começa a acreditar que atual cenário é favorável.
Marcelo não tem conseguido convencer nem os aliados nem a população, que segundo as últimas pesquisas, ainda prefere o senador Wellington Dias (PT), pré-candidato da oposição. Demonstrando maior preocupação com a base, ele tem feito diversos ‘sacrifícios’ políticos, mas não tem conseguido o retorno necessário.
Primeiro, desistiu de lançar o filho Castro Neto como candidato a deputado federal e ainda teve que repassar seus colégios eleitorais para o candidato de Zé Filho, o médico Paulo Márcio. Por último, teve que tirar o filho da secretaria de Infraestrutura para acomodar a família Tapety, que disputava a Defesa Civil com o PROS.
‘Canto da Sereia?’: Zé Filho tem sido pressionado a ser candidato pelos mesmos peemedebistas que até janeiro achavam que o nome dele era fraco e não conseguiria agregar. O governador teme se lançar candidato em junho e ser mais uma vez abandonado por esse mesmo grupo, caso não consiga crescer nas pesquisas de intenções de voto após as convenções.
Dividido como é o PMDB, Zé Filho teme que o partido tenha um ‘racha’ declarado e parte das lideranças da legenda possam passar a apoiar a chapa da oposição liderada por Wellington Dias (PT). O governador está cauteloso para não cair no chamado ‘canto da sereia’.
por 180graus