Associação questiona resolução que proíbe Ministério Público de requisitar inquéritos contra crimes eleitorais

Paulo Rubens Parente RebouçasA Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) como parte interessada na Ação Direta de Inconstitucionalidade 5104, questionando a Resolução 23.396/2013 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que proíbe o Ministério Público de requisitar à Polícia Federal instauração de inquérito policial contra crimes eleitorais.

A Resolução retira, ainda, das polícias a competência de investigar diretamente, sem requisição ou determinação judicial, os crimes de natureza eleitoral, determinando que somente a Justiça Eleitoral poderá autorizar investigação. Segundo o presidente da Associação Piauiense do Ministério Público (APMP), Paulo Rubens Parente Rebouças, a Resolução do TSE, além de inconstitucional, é “inquisitiva”.

Paulo Rubens explica que a Resolução contraria o artigo 129, inciso VIII, da Constituição Federal – que atribui ao Ministério Público, como órgão titular da Ação Penal, a competência de requisitar a instauração de inquérito policial. Para Rubens, a norma “só beneficiará os corruptos de plantão e retomará tempos remotos de um sistema inquisitivo que não nos cabe mais, quando o juiz era acusador e julgador”.

“Tal resolução é incompatível com o ordenamento jurídico contemporâneo e inaceitável do ponto de vista histórico e social, já que está em descompasso com os anseios da sociedade brasileira. Ela cria um trâmite burocrático que retarda os procedimentos investigatórios, prejudicando a colheita de provas, instaura um sistema unilateral centrado do juiz”, pondera Paulo Rubens.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.