Assistente social cega aciona justiça para assumir concurso da prefeitura
A assistente social Auriana Cabral Sousa, 40 anos, deficiente visual, enfrenta mais um obstáculo para ter direito ao trabalho. Formada há mais de 10 anos pela Universidade Federal do Piauí (Ufpi), ela passou no concurso público da Fundação Municipal de Saúde de Teresina e vai acionar a justiça para poder assumir o cargo.
Auriana afirma que foi vítima de preconceito ao passar pela perícia do IPMT – etapa necessária para assumir a função. A médica que a atendeu teria dito, com todas as letras, que a assistente social era incapaz de exercer o cargo por ser, além de cega, hipertensa e diabética. Auriana também faz hemodiálise há quatro anos.
“Ela olhou todos os exames e laudos exigidos e disse: ‘Você não pode ingressar na prefeitura. Pessoas do seu tipo não podem ingressar na prefeitura. Você têm diabetes, hipertensão, cegueira nos dois olhos irreversível, é renal crônica irreversível e faz hemodiálise três vezes por semana. Você não pode ingressar na prefeitura’. Ela ainda disse que o médico que me deu o laudo de aptidão física e mental vai ser chamado para responder”, declarou a assistente.
A assistente social garante que o parecer médico apresentado à perícia foi realizado por diversas clínicas conceituadas. Além disso, ela já trabalha na Sasc há 8 anos e se considera apta para o cargo, apesar das negativas da médica do IPMT.
“Ela foi altamente preconceituosa e discriminatória. Ela chegou a perguntar quem me contrataria nessas condições e disse que eu não poderia entrar na prefeitura hoje e querer me aposentar amanhã, já que tenho doenças pré-existentes”, completou a assistente social.
Auriana vai acionar a justiça para conseguir assumir o cargo, já que a médica manteve a opinião de que ela é inapta à função. Outra médica tomada pela assiste será entrar com ação contra a médica por danos morais.
CidadeVerde