A chance do PT fazer mais e melhor no governo de Esperantina

Por Francisco Mesquita de Oliveira

Com a cassação do prefeito Lourival Bezerra, no último dia 15 de julho, pelo TRE-PI, o PT terá a segunda chance de voltar à prefeitura de Esperantina e mostrar na prática à população que pode fazer uma gestão pública diferente, de qualidade. A primeira chance foi o governo do ex-prefeito Chico Antonio (2009 – 2012) que, apesar do desastre da gestão anterior (do Filipe Santolia) que deixou o município arrasado, com projetos inacabados, material escolar desperdiçado, salários atrasados, prefeitura bloqueada nos órgãos federais, e tantos outros desmandos, a gestão do Chico Antonio conseguiu organizar minimamente a prefeitura: garantiu o pagamento do funcionalismo em dia, atenção responsável à educação, à saúde, à assistência social para a população, e, sobretudo, não apareceu na internet recebendo dinheiro de propina.

No entanto, grande parte dos ptistas esperantinenses é unânime em afirmar que a gestão do ex-prefeito Chico Antonio poderia ter feito mais e com mais participação da sociedade. Então, agora chegou à chance do PT fazer mais, melhor e com participação da sociedade.

Considerando essa expectativa, o que esperar de um mandato de dois anos e meio da Vilma Amorim (PT), a segunda candidata mais votada em 2012, que assumirá a prefeitura nos próximos dias? Indicamos a seguir algumas ideias que, a nosso ver, fará um governo verdadeiramente distinto e qualificado:

1. Constituir uma equipe de governo (secretários, diretores, coordenadores) com critérios qualitativos de competência, habilidade, agilidade e conhecimento na área que atuará. Não priorizar critério meramente político. Se este tem que ser um critério, que seja um entre os demais acima destacados, e não o principal.    

2. Reorganizar a prefeitura – com uma auditoria do ano e meio de mandato do prefeito anterior, tanto para não assumir responsabilidade com possíveis irregularidades quanto apresentar à sociedade a real situação financeira da prefeitura e indicar as condições da gestão em prestar os serviços públicos à população.

3. Construir um plano de governo exequível (com objetivos, metas, ações, prazos, responsáveis, etc.), para dois anos de mandato, com participação de todos os setores do governo e representação da sociedade.

4. Priorizar o atendimento à população nos serviços de educação, saúde e assistência social, com atenção de qualidade e o cuidado adequado por parte dos funcionários, em todas as áreas das políticas públicas.

5. Implantar um programa de governo transparente e participativo – com atividades regulares nos bairros e comunidades rurais, para colher sugestões, executá-las e prestar conta. O Orçamento Participativo (OP), uma marca das gestões do PT, daria conta da transparecia e da participação da sociedade na gestão. Porém, não pode ser um orçamento participativo faz de conta, se fará o OP que seja algo que produza um diferencial na transparência e na participação na gestão.

6. Garantir o pagamento dos funcionários em dia, exigir cumprimento de metas e implantar um programa de qualificação dos servidores, especialmente para quem atende a população nas várias áreas dos serviços públicos e da gestão administrativa direta.

7. Implantar um conselho político com participação dos vários segmentos da sociedade: partidos políticos da base aliada, lideranças comunitários e sindicais, empresários locais e gestores públicos, com objetivo de auxiliar o gabinete da prefeita nas principais decisões administrativas e políticas.

8. Construir uma base sólida de apoio na câmara de vereador, sem se submeter às possíveis chantagens de legislador inescrupuloso.

Por fim, isto é o mínimo que se pode esperar de um governo do PT que, menos de dois anos da primeira experiência de sua gestão no município, tem uma segunda chance de governar e dela dependerá sua continuidade na gestão.