ARTIGO: Mídia de vida
Por Albano Amorim
Vez por outra escrevo aqui e em outros portais da cidade e agradeço muito pelo espaço ofertado. Mas desta vez não fui eu quem escreveu, mas trata-se de um texto leve e também pode servir para responder a algumas perguntas acerca da informação que recebermos todos os dias e como absorvemos cada texto e foto postados.
Por que as pessoas interpretam e reagem de forma diferente sobre uma mesma informação?
Leiam o texto e tentem não tirar conclusões precipitadas e, se desejarem, podem até comentar sobre o que conta o texto.
PORQUEM OS SINOS DDOOBBRRAAMM?
Os sinos chamavam para a primeira missa do dia e ele ali, de cueca na mão. Literalmente. A moça tomava banho e o gosto de cigarros na boca anunciava que a farra tinha ido além, muito além de suas posses.
A aliança na mão esquerda, aquele carpete manchado e aquele champanhe pela metade na cabeceira da cama mal arrumada começaram a embrulhar seu estômago.
Lembrou-se de Vinícius de Moraes, da mulher, do filho que ainda não veio…. A gravata apertou-lhe um nó na garganta e o paletó deixava ver pequenas manchas de batom.
As meias haviam sumido, procurou-as por entre os travesseiros e almofadas que não reconhecia. Passando pela sala clara, viu a cortina aberta. Olhou a rua deserta e ouviu mais uma vez os sinos tocando.
Pensou em sua carreira, nos amigos, na família, pensou em tudo. Como sair dali com aquele barulho do chuveiro aberto e a voz suave cantarolando no banheiro?
O peito começou a doer, os sinos a tocar e seu coração disparou. Pegou os documentos, ajeitou a roupa, acendeu mais um cigarro e, já na porta da sala, ouviu uma voz feminina: “Moço, já lavei o banheiro, o senhor já pode entrar!
E os sinos dobraram de vez.
(Conto extraído do livro Viu, Querida? PRAXEDES, Malluh. Grifo,1995.)
gostei muito de texto legal,abçss