Corrupção e malandragem, o brasileiro
Por Mauro Sampaio
Seria querer demais, o impossível, uma pesquisa que mostrasse ampla confiança do brasileiro nas instituições políticas. A queda é geral e vertiginosa, segundo o Índice de Confiança Social (ICS) colhido pelo Ibope todo mês de julho, desde 2009.
De 0 a 100, os partidos políticos passaram de 30 para 17 em um ano. São lanterninhas. O Congresso Nacional, de 35 para 22, acompanhando de perto a crise de confiança nas legendas. A Presidência da República e o Governo Federal fecham a “zona de rebaixamento”, com 22 (44 em 2014) e 30 (43 em 2014), respectivamente.
O “G-4” no brasileirão da confiança é habitado, sem alterações na tabela, pelo Corpo de Bombeiros (81), igrejas (71), Forças Armadas (63) e meios de comunicação (59). Não vem ao caso saber por que esse “excesso” de confiança em bombeiros, padres e pastores, militares e jornalistas.
O Ibope também avalia a confiança da população nas pessoas e no conjunto da obra. Familiares (86), amigos (67) e vizinhos (59) são mais confiáveis do que “brasileiros de um modo geral” (57).
Se quem faz uma instituição política são pesssoas de carne e osso, e devem ser brasileiros, é possível dizer que o povo deste País está muito descrente de si mesmo. Há meio século se fala por aqui que o importante é levar vantagem em tudo.
Corrupção e malandragem têm algo em comum.