Polícia vai investigar se houve incentivo de PM em crime de Castelo

menoresA possibilidade de reviravolta no Caso Castelo repercute, principalmente porque há possibilidade de envolvimento indireto de um policial militar , lotado no município de Campo Maior. Agora, são quatro inquéritos. Um, contra os menores, julgados e sentenciados. Outro contra o Adão, o maior envolvido no crime. O terceiro a respeito da morte do menor Gleyson, dentro da Unidade do Centro Educacional Masculino. E um quarto inquérito, nesse caso um IPM- Inquérito da Polícia Militar, contra o policial citado pelo Gleyson aos outros internos do CEM, antes de ser morto pelos colegas de cela.

O promotor do caso, Dr. Cesário Cavalcante, disse que, sobre os três menores que assassinaram Gleyson no CEM , ele não acredita que possa haver mudança na sentença do juiz. “A decisão do juiz foi perfeita, sem acrescentar e nem tira nenhuma vírgula”, disse o promotor.

Questionado sobre o fato das meninas violentadas não se lembrarem da participação do Adão e nem dos outros três, o promotor ressaltou que não tem dúvida alguma sobre o quanto esses menores (agora os três que restaram) são perversos. ” O autor intelectual, que fica de trás, esse Adão, um sujeito perigosíssimo que passou quase toda a sua vida preso em São Paulo, por tentativa de homicídio. E como é mesmo que as meninas iam ver se ele ficou escondido?”, diz o promotor. Ele contou que um dos quatro sentenciados falou durante depoimento que as meninas foram vendadas, amordaçadas , após terem sido abordadas pelo Gleyson. Talvez esteja nesse ponto a explicação de que elas só se lembrem dele. “Depois, quando chegaram em Teresina elas passaram por uma assepsia, que está relatada no processo, que poderia prejudicar eventuais exames”, disse Dr. Cesário Cavalcante.

O inquérito sobre a morte do Gleyson é outro assunto. O promotor diz que desde o começo ficou claro que eles não poderiam ficar juntos. “Até quando iam para audiência, iam separados. Foi uma grande irresponsabilidade colocar todos juntos”, disse.

Já o inquérito contra o PM poderá esclarecer os motivos mas, não mudam os fatos. O PM é acusado de incitação à violência no município, com o objetivo de promover a desordem para que ele mesmo se sentisse necessário na resolução de crimes. Há indícios de que esse policial teria oferecido vantagem financeira para que menores cometessem atos infracionais na cidade.

O caso ganhou atenção tanto das autoridades quanto da mídia, porque o PM foi citado pelos menores que estavam na cela ao lado à cela dos sentenciados pelo crime de Castelo, disseram que o Gleyson relatou antes de morrer que o PM prometeu a ele 2 mil reais e um advogado para soltá-lo.

A Corregedoria da PM confirma que a abertura do inquérito foi determinada ainda no sábado, 8, baseada em relatório e provas apresentadas pela Defensoria Pública, acompanhado de transcrição e áudios. O Comando da PM já transferiu o investigado para Teresina, que, por sua vez, deu entrada com atestado médico, junto ao Comando Geral, alegando que está sofrendo de ansiedade.

A relação com o caso das menores violentadas e estupradas em Castelo fica mais estreita, de acordo com os relatos feitos pelo menor morto no CEM. Esse PM seria justamente o policial que apreendeu o Gleyson. Há a expectativa de que o policial em questão se apresente ainda hoje ao comandante da PM. De acordo com o secretário de Segrança Fábio Abreu a Polícia Militar , na pessoa do comandante tem a obrigação de abrir o procedimento e investigar a possível participação do PM como incentivador da prática de crimes em Castelo, incluindo esse.

“Consta no processo que ele foi o primeiro policial a ter contato com o Gleyson e de acordo com os laudos técnico foi encontrado sêmen do Gleyson em três das meninas violentadas”, reafirmou o Dr. Cesário Cavalcante. O promotor disse ainda que “todos esses menores confessaram duas vezes, explicitamente perante a policia , ao juiz e à defensoria pública, coisas terríveis”.

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