B-R-O-Bró deve bater recorde e período chuvoso ficará comprometido no Piauí
O mês de setembro chegou e com ele o pesadelo de muitos piauienses: o famoso e temido B-R-O-Bró. Esta época do ano é caracterizada pelas altas temperaturas e baixa umidade do ar, além dos efeitos sentidos pela população. Em 2015, as previsões meteorológicas não são nada animadoras e as temperaturas devem continuar subindo.
“Esse ano, as temperaturas devem ficar bem acima da média registrada no período em anos anteriores. Isso acontece por conta do aumento da intensidade do El Niño, que é o aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Esse fenômeno interfere diretamente nas temperaturas, principalmente no Nordeste Brasileiro”, explica a meteorologista Sônia Feitosa.
O El Niño, segundo a meteorologista, também contribui para desestabilizar toda uma cadeia de elementos, o que resulta nas altas temperaturas comuns no segundo semestre do ano. “O clima não depende só de um elemento, mas de vários. São sistemas bem dinâmicos que, quando sofrem alterações, interferem uns nos outros. Por exemplo, quando a temperatura aumenta, isso influencia na umidade e na pressão do ar”, pontua.
Por conta da intensidade do El Niño, a estação chuvosa, que inicia por volta do final de novembro, deve ficar comprometida. “Provavelmente, vamos ter as chuvas comprometidas no final desse ano e no início do próximo. Isso deve ser observado principalmente por quem trabalha na agricultura, pois a tendência é que a quantidade de chuvas seja insuficiente para atender a demanda”, afirma Sônia Feitosa.
As queimadas também costumam ter maior incidência nesse período do ano, por conta da baixa umidade e do vento, que atua como propagador do fogo. Para Sônia Feitosa, o momento deve ser de cautela na agricultura, para evitar grandes prejuízos causados por queimadas.
“Nessa época do ano, os agricultores costumam preparar o solo, para o plantio da próxima cultura, no início da estação chuvosa. É importante que isso seja feito de maneira ponderada, pois, ao invés de facilitar, a queimada pode acabar se tornando uma tragédia”, alerta.
Fonte: Jornal O Dia