Cerca de 95% dos municípios do Piauí irão atrasar salários
Prefeitura do Piauí vão passar por grandes dificuldades até o fim do ano.
O vice-presidente da Associação Piauiense de Municípios (APPM), prefeito de Novo Oriente do Piauí, Marcos Vinícius Cunha, garantiu que 95% dos municípios piauienses irá passar a atrasar salários e até o 13º. O gestor afirmou em entrevista ao Jornal do Piauí desta quinta-feira (10), que o atraso pode acontecer por conta dos cortes no Fundo de Participação dos Municípios, que tiveram uma redução de 38% este ano.
“Não é uma questão de ameaça de atraso de salários. Nenhuma prefeitura do Piauí hoje, com exceção de alguns municípios com receita própria tem condições de pagar o 13º e seus salários em dia. Mais de 95% dos municípios irão atrasar. A gente já vinha com um atraso de fornecedores e agora isso é uma realidade. O que vai acontecer na grande maioria dos municípios será o atraso”, declarou o gestor.
Marcos Vinícius explica que o órgão tem orientado os prefeitos ao corte de gastos para tentar diminuir os efeitos da crise econômica, porém segundo ele há prefeituras que precisaram ultrapassar a Lei de Responsabilidade Fiscal para garantir serviços básicos à população.
“A maior preocupação é que os serviços básicos como saúde e outras áreas sejam mantidos, mas também nos preocupamos com os gestores que já tem ultrapassado a Lei de Responsabilidade Fiscal. Não por má fé, não por má gestão, mas acima de tudo por conta da crise que repercute acima de tudo nos pequenos municípios”, garantiu o gestor.
A fiscalização do Tribunal de Contas do Estado, também preocupa os gestores, por conta das contas atrasadas na gestão, mas segundo o vice-presidente, a APPM está aliada ao TCE por conta da crise. “Na realidade que se impõem, com certeza o TCE irá entender que esse momento é ímpar. Os municípios passam por uma crise e certamente serão olhados com outros olhos, uma vez que não existe mágica em finanças. Ou se tem receita, ou não tem outra solução”, completou.
Uma força tarefa vem sendo realizada junto as prefeituras para orientar o corte de gastos e o enxugamento das gestões. “Vamos fazer um choque de gestão, um enxugamento da máquina pública ou não sairemos dessa crise ilesos”, concluiu o gestor.