REFLEXÃO: Uma atitude de gratidão
“Não importa se a viagem é longa quando o destino é o seu coração.” Marcio Kühne
“No Mês da Gratidão que estipulei para mim mesmo,” conta-nos David Hochman, “me veio à cabeça a Srta. Riggi, minha professora de inglês da 8ª série. Foi ela quem primeiro me abriu os olhos para os gigantes literários. Foi ela a primeira a me encorajar a escrever. Mas será que lhe agradeci? Será que alguém lhe agradeceu? Dei alguns telefonemas rápidos e descobri que ela ainda dava aulas no mesmo distrito escolar, depois de quase 40 anos.
Comprei passagens para mim e meu filho Sebastian: iríamos a minha cidade natal. No avião escrevi rascunhos da minha carta para a Srta. Riggi. Achei que estava pronto, mas, quando entrei na sala de aula, com Sebastian agarrado às minhas pernas, fiquei mais ansioso do que nunca. A Srta. Riggi era mais baixa do que eu me lembrava, mas inconfundível com aqueles cabelos compridos e os olhos brilhantes e inteligentes.
Depois de um abraço meio sem graça, nos sentamos. Respirei fundo e comecei a ler: Quero lhe agradecer o impacto que a senhora teve na minha vida, comecei. Há quase 30 anos, a senhora apresentou as maravilhas da palavra escrita à minha turma da 8ª série. Sua paixão por tramas e personagens e seu entusiasmo pelas palavras me fizeram perceber que o mundo fazia sentido. Que vida grandiosa, pensei, ser capaz de dividir histórias com os outros! Algumas linhas adiante, sentado ali, com a minha mentora e com o meu filho no colo, a emoção tomou conta de mim. As décadas se desfizeram e nada tinha mais importância do que o ato simples de compartilhar. Foi como se eu falasse por gerações de alunos: O tempo passa. As lembranças se confundem e desvanecem. Mas eu nunca esquecerei o entusiasmo de chegar todos os dias à sua aula.
As lágrimas vieram para nós dois. E, quer tenha sido o sorriso da Srta. Riggi quando terminei de ler a carta, ou o simples alívio de dividir o que estava havia muito tempo em meu coração, a sensação de paz que senti durou até bem depois de Sebastian e eu voltarmos para casa.”
Ser grato é ter elegância com a vida, resmungar é ser comum.