ARTIGO: Ao olhar para trás

estradaPor Marcio Kühne

Certa médica ajudou a equipe de um hospital a superar o sentimento de culpa generalizado devido à morte repentina de uma adolescente. Essa jovem estava tão doente, que era obrigada a manter repouso absoluto em sua cama, o que não impediu que se apaixonasse loucamente por um dos terapeutas ocupacionais.

Ela tinha um temperamento maravilhoso. Quando o pessoal do hospital deu uma festa na enfermaria, ela compareceu, numa deferência especial, de cadeira de rodas. Foi uma daquelas festas barulhentas, com música alta e, num impulso de espontaneidade, ela se levantou da cadeira para dançar com o rapaz de quem gostava.

Deu alguns passos e, subitamente, caiu morta. Nem é preciso dizer que a festa acabou e todos foram dominados por um tremendo sentimento de culpa. Quando a médica conversou com a equipe do hospital numa sessão de grupo, perguntou-lhes o que teria sido mais importante para aquela garota: Viver mais alguns poucos meses como inválida ou dançar com seu amor numa grande festa? Não é assim com a vida de um modo geral? Jill Pendley escreveu: “Nossas vidas são uma série de momentos decisivos, somados com o passar do tempo. Renda-se plenamente a este momento, porque não é o momento em si que nos define, mas como nós escolhemos viver nele.”

Viva de tal modo que, ao olhar para trás, não se arrependa de ter desperdiçado sua vida.

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