Com poucos delegados, cidades do Piauí podem ficar sem segurança nas eleições
Crimes eleitorais e fiscalização nas eleições são, em regra, atribuições da Polícia Federal (PF), mas em todos os pleitos os delegados da Polícia Civil são distribuídos para as cidades do interior a fim de que seja garantida a segurança. O Piauí tem um total de 177 delegados e mesmo que todos fossem espalhados pelo estado, 47 municípios ainda ficariam sem atendimento da polícia judiciária.
Enquanto as eleições correm o risco de ficarem desguarnecidas de segurança básica, existem 24 delegados, 19 escrivães e 58 agentes de polícia aprovados em concurso público e já formados pela Academia de Polícia Civil (Acadepol) que aguardam apenas serem nomeados pelo governo do estado do Piauí para começarem a trabalhar.
“A falta de delegados acarreta em uma grande quantidade de crimes que não entra nas estatísticas oficiais. Ou seja, os crimes eleitorais não são apurados, nem ao menos registrados, podendo até mesmo macular o resultado real das eleições. Sabemos que a compra de voto é algo comum, mas quem está lá para coibir e prender quem a pratica? Ninguém”, disse Rafaela Silva da Comissão de aprovados no último concurso da Polícia Civil do Piauí.
De um total de 177 delegados ativos no estado, 132 trabalham em Teresina e apenas 47 atuam no interior. Ou seja, esses profissionais têm que dar conta da demanda gerada nos 224 municípios piauienses. Segundo o sindicato da categoria (Sindepol), existem delegados responsáveis por até 10 cidades. Uma situação longe da ideal.
“Com os aprovados sendo chamados, o problema não seria resolvido, mas melhoraria bastante. Seriam mais duas dezenas de cidades amparadas pela força policial e a lisura das eleições poderia ser garantida. Esperamos que o governo esteja sensível a essa questão e nomeei logo todos os aprovados”, finalizou Rafaela.