Autoridades do Piauí se juntam para “atacar” CBF

Os poderes executivo, legislativo e judiciário do Piauí se reúnem para atacar a CBF. Hoje (19) na Câmara Federal haverá debate sobre o boicote da CBF a Federação do Piauí.

O Campeonato Piauiense está na sua segunda rodada, Barras e Parnahyba dividem a liderança com 4 pontos cada, mas todas as finanças da FFP – Federação de Futebol do Piauí, pagamento de árbitros e outros custos para o campeonato se desenvolver estão sendo custeados pelo empresário Cesarino Oliveira, colocado na presidência da FFP pela Justiça Comum. Cesarino Oliveira é ex-jogador de futebol profissional e atualmente é empresário do ramo de lojas de artigos esportivos e dono da marca esportiva Réplica – que veste a maioria dos clubes do Piauí e Maranhão e alguns do Tocantins, Pará e Roraima.

Por ter sido colocado na presidência pela Justiça Comum e não pela Justiça Desportiva, a CBF cortou todos os benefícios financeiros que enviava a Federação de Futebol do Piauí e está procurando impedir a viabilização do Campeonato Piauiense, pedindo às demais federações que não transfiram jogadores para o Estado do Piauí.

O ex-presidente da FFP, Joaquim Lula Ferreira, protegido de Ricardo Teixeira (presidente da CBF), foi presidente da FFP por 18 anos e exatamente nesses 18 anos o futebol do Piauí chegou ao “fundo do poço”. Para piorar ainda mais a situação o ex-presidente gastou entre Setembro e Novembro de 2010 a quantia de R$ 560 mil sem a FFP estar fazendo nenhuma competição, e um dia antes da sua reeleição (dia 14-12-2010) contraiu um empréstimo bancário em nome da FFP no valor de R$ 97 mil. Joaquim Lula Ferreira é genro do ex-vice-presidente da CBF Alfredo Alberto Leal Nunes.

Uma audiência pública na Assembléia Legislativa discutiu a situação do futebol piauiense.

O objetivo foi discutir a decisão da Confederação Brasileira de Futebol não ter acatado uma liminar do Tribunal de Justiça do Piauí que retirou do cargo Joaquim Lula Ferreira e empossou Cesarino Oliveira na presidência da Federação estadual.

A autora da proposta, deputada Flora Izabel (PT), reclamou do “desrespeito para com os piauienses, os dirigentes, atletas e os torcedores”.

Na opinião do Vice-governador José Moraes Sousa Filho, “essa questão tem ser revolvida urgentemente com o apoio de todos os poderes: executivo, legislativo e judiciário, além da sociedade civil organizada”.

Ele informou que o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, desembargador Edivaldo Moura, entrou em contato com o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para intermediar um contato com Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

Cesarino Oliveria lamentou que a Federação de Futebol do Piauí tenha sido suspensa pela CBF, inclusive os repasses financeiros.

– Ficamos inviabilizados e impedidos de participar de competições nacionais e de comprar ou transferir atletas para outros Estados, afirmou. O advogado Jairo Cavalcante, representante da OAB-PI, classificou de “autoritária e prepotente” a atitude do presidente Ricardo Teixeira de não respeitar a decisão da Justiça piauiense.
– De repente, apenas por ser sogro de Joaquim Lula Ferreira, que saiu do cargo de presidente da Federação de Futebol do Piauí, fui transformado em vilão do futebol piauiense, desabafou Alfredo Alberto Leal Nunes, ex-vice-presidente da CBF, numa as gestões de Ricardo Teixeira.
Também estavam presentes os deputados Flávio Nogueira Junior (PDT), Firmino Soares Filho (PSDB), Rejane Dias (PT) e representantes de clubes, ex-atletas.

Reinaldo Barros Torres, especial para o Portal ESP
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