Dominando o desânimo
Há uma lenda persa que se refere a um rei que precisava muito de um servo. Dois homens se apresentaram, e o rei os contratou por um salário fixo. Depois de alimentados, voltaram à presença do soberano para ouvir a respeito de suas tarefas. A primeira ordem foi que cada um pegasse uma cesta, colocando-a ao lado do poço. Iriam, alternadamente, tirando a água do poço e despejando-a dentro da cesta. No final do dia, o rei, pessoalmente, iria apreciar o trabalho deles. Depois de cinco ou seis baldes de água tirados e jogados na cesta, um dos contratados disse:
– Afinal, qual é o valor desse serviço? Quando lançamos a água dentro da cesta, ela se escoa imediatamente!
O outro, entretanto, respondeu:
– O rei certamente conhece a utilidade do nosso trabalho. Ele sabe o valor dele, do contrário não teria nos contratado.
– Pois não vou gastar minhas energias na execução de uma tarefa assim.
Dizendo isso, deixou de lado seu balde e partiu. O outro homem, pacientemente, continuou o trabalho. O poço continha muita água, mas, sem desanimar, ele foi repetindo a operação até que conseguiu esgotá-lo. Olhando atentamente para o fundo do poço forrado de lodo, ele viu que havia lá um objeto que brilhava intensamente. Era um valioso anel de diamantes! E pensou: “O meu esforço teve sua utilidade. Foi útil e necessário!” Na hora marcada, chegou o rei e lá encontrou um dos contratados fiel as suas ordens e disse:
– Parabéns pelo seu esforço e pela sua persistência. Por diversas vezes, contratei outros servidores, mas todos desistiram no meio do caminho.
Ao longo da vida nos deparamos com tarefas penosas para realizar e caminhos difíceis a trilhar. Somos, por vezes, tentados a pensar que o sacrifício não compensa, e uma forte tendência de abandonar tudo. Entretanto, quando dominamos o desânimo e enchemo-nos de coragem para chegar ao fim de uma responsabilidade, sempre descobrimos uma compensação e levantamo-nos prontos para um novo embate.