“Consórcio” pode ter sido formado para mandar executar o jornalista Décio Sá
Sigilosamente a Polícia do Estado do Maranhão investiga com afinco a possibilidade de ter sido formado “um consórcio” para mandar matar o jornalista Décio Sá, 42 anos, às 22h40min da segunda-feira, 23 , no bar Estrela do Mar, na avenida Litorânea, em São Luis, com seis tiros de pistola ponto 40. Décio levou três tiros na cabeça e três nas costas, como confirmou a perícia no final da última sexta-feira. Do “consórcio” participariam políticos e empresários, a exemplo do que já ocorreu em outras capitais do Nordeste em mortes de profissionais de imprensa.
Depois de surgirem indícios de que o jornalista foi morto pelo que preparava para publicar nos próximos dias e de que poderia ter sido formado o “consórcio” para bancar a execução, o secretário de Segurança Pública do Estado do Maranhão, Aluisio Mendes, decretou sigilo absoluto em torno das investigações, cuja sede foi transferida da delegacia de homicídios para a Superintendencia de Polícia Civil do Estado do Maranhão.
“Consórcio”
A história de crimes contra jornalistas no Nordeste têm registros de que “consórcios” são formados para eliminá-los por vários motivos. Um deles é dificultar a punição dos mandantes, geralmente pessoas que ganharam muito dinheiro através de atividades ilegais como tráfico (principalmente de cocaina), agiotagem ou grandes desvios de recursos públicos. A própria suspeita de que essas pessoas estariam envolvidas já seria uma maneira de intimidar a investigação, principalmente em estados onde ainda prepondera a influência econômica e política sobre atividades técnicas.
Essa prática tem uma característica, segundo comentário que me foi feito nas últimas horas por um policial de grande experiência: os agentes da pistolagem procuram reunir aqueles que têm em comum a ira pelo profissional. Muitos recusam a oferta, mas alguns, dominados pelo ódio, acabam participando na certeza de que jamais serão alcançados.”Isso já ocorreu algumas vezes no Nordeste”, comentou o policial pedindo omissão de seu nome em provável noticiário.
Por Feitosa Costa /GP1