Promotora denuncia morte e compara RONE a grupo de extermínio
A promotora Francisca de Freitas Lourenço, através do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e da Juventude, órgão auxiliar do Ministério Público, divulgou nota denunciando o assassinato de um adolescente de 16 anos, após perseguição do Rone (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) na última quinta-feira (19). O jovem Frank dos Santos Silva era suspeito de roubo e teria trocado tiros com os policiais.
De acordo com a nota do CAODIJ, a ação trata-se de um “brutal assassinato” por parte de policiais do Rone, “organismo militar que vem se notabilizando pelo alto índice de ações letais e profundo desrespeito aos direitos humanos dos segmentos empobrecidos da sociedade”.
O órgão diz que repudia a “truculenta” ação policial, por entender que o fato estimula a violência e é um “grave atentado aos direitos humanos”.
No documento, o CAODIJ compara o ato da Rone à execuções sumárias comuns em grupos de extermínio e ainda se diz atento à recomendação da ONU, que sugere a extinção da Polícia Militar do Brasil. “Urge adotar medidas urgentes para impedir essa guerra policial desencadeada contra os pobres e pretos”, completa a nota.
O documento ressalta que criança e adolescente não podem ser considerados problema de polícia.
Resposta do Rone
O comandante da Rone, major Jacks Galvão, disse ao Cidadeverde.com que a morte do adolescente está sendo apurada, mas que não acredita que houve excessos.
“Concordamos que a criança e o adolescente não são trabalho de polícia, até porque não é para estarem envolvidos em crimes, mas se estão, a polícia tem que dar uma resposta para a sociedade. Fora isso, no momento da perseguição, não dá para saber se a pessoa é maior ou menor de idade”, explicou o major.
Galvão acrescentou que o menor estava armado e por isso representava perigo à sociedade e precisava ser detido. “O que muda é a forma de punir, mas a captura tem que ocorrer. Ele estava armado, trocou tiros com a polícia. Não podia ficar solto. A perseguição ocorreu porque foi cometido um crime por parte deste adolescente”, destacou.
O comandante garantiu que a ação não foi fruto de preconceito e reinterou que o grupamento trabalha para combater o crime, independente da cor ou classe social dos suspeitos. “Não há nenhum tipo de preconceito ou discriminação. Independente de onde venha o crime, a resposta é sempre a mesma”.
Informações CidadeVerde
Deixa ela ser assaltado por eles.