CARTA A SOCIEDADE: Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla
Por Luciana Carvalho Araújo – Psicóloga da APAE de Esperantina-PI
Semana de comemoração, de reivindicação e de reflexão durante a semana nacional da pessoa com deficiência intelectual e múltipla. Por este motivo pergunto para toda a sociedade brasileira: estamos contribuindo para uma sociedade realmente justa, que tenha seus direitos reconhecidos, entre eles o direito de conviver com os nossos semelhantes? O que eu estou fazendo para melhorar a sociedade em que vivo? O que faço realmente para que os fundamentos de liberdade, igualdade e paz no mundo se estabeleçam? Estarei eu ainda praticando (lembrando um pouco do preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos) o apreço, o respeito, tratando com dignidade meus semelhantes, em especial aqui, aqueles que desde os tempos mais remotos sofrem exclusão e discriminação: Pessoas com Deficiência Intelectual e Múltipla (física ou sensorial)! ?
A história nos mostra que extermínio, discriminação, exclusão foram práticas comuns destinadas a este público, com exceção do Egito que tornava útil a vida das Pessoas com Deficiência. Entretanto, o que emudece e de certa maneira entristece é ainda presenciarmos em pleno século XXI pessoas na rua apontando para uma pessoa com Deficiência e dizendo em alto e bom som: – “Lá vem o doido!” – “Credo! Não toca nele não, a baba transmite a loucura!” São frases muito comuns em nossa realidade brasileira, piauiense e esperantinense! Não dá mais tempo para chorumelas, pois o tempo urge e nos conclama a levar informação segura e desmistificar tantos mitos adoecedores, mitos que favorecem o atraso, mitos que impedem a real vivência da paz e respeito por nossos semelhantes!
O momento pede urgência em tratar uma sociedade que está deficiente, pois não consegue garantir um tratamento digno e respeitoso para seus semelhantes. Uma sociedade que não consegue agregar as especificidades de cada cidadão, de cada sujeito! O entrave não são eles, o entrave se encontra numa sociedade que é incapaz de atender cada um deles em suas necessidades através de acessibilidade e políticas públicas que orientem a sociedade como um todo a desmistificar conceitos antiguíssimos e ao mesmo tempo respeitar seus semelhantes. Sabemos que a máquina pública tem o compromisso político de implementar ações que assegurem os direitos dos mesmos, mas sabemos que os passos são tímidos, pois máquina pública e sociedade ainda não garantem espaços para o desenvolvimento positivo dos sujeitos em discussão. Ressalta-se que não é um modelo paternalista a ser adotado pela sociedade ou máquina pública, mas um modelo que impulsione seus membros, seus cidadãos a respeitarem as diferenças e impulsione este grupo para frente, prezando por seu desenvolvimento autônomo e independente. É adotar (num sentido de amadurecer, ampliar a consciência) uma conduta permissiva, aberta, respeitosa, cristã e participativa das lutas por igualdade que ocorrem em sua localidade! É ir de encontro a eles e aperta-lhes as mãos, encorajá-los e tratá-los como sujeitos com direitos. É participar das ações que a União, o estado, o município, as ONG’s realizam com o intuito de pouco a pouco acabar com as barreiras que estigmatizam as deficiências, mesmo ainda sendo tímidas diante da grande necessidade. Superar é um verbo constante nas lutas sociais e no que tange a Pessoa com deficiência a superação não se restringe apenas a “superar as barreiras arquitetônicas”, mas superar a estratosférica barreira cultural, para que se torne possível o reconhecimento social dos mesmos, bem como seu reconhecimento como cidadãos em direitos e em oportunidades. Fica a reflexão e a lembrança de que Eles querem igualdade e estão aqui! Lutando “por uma igualdade que reconheça as diferenças e uma diferença que não reproduza desigualdades”. E todos aqueles que se sensibilizam com esta causa com eles na luta estão!
É preciso reconhecer que DEFICIENTE não é quem tem uma limitação qualquer( física ou intelectual), mas DEFICIENTE é essa sociedade sem informação! Cabe a cada um de nós mudarmos esses conceitos.
Vivemos numa sociedade bastante preconceituosa onde as pesssoas especiais são segregadas e vistas como pessoas incapazes. enquanto as leis sugerem acessibilidades a elas, na prática isso não ocorre essas pessoas não tem a dignidade de se quer sair nas ruas,o governo precisa dar maior atenção a essas pessoas não somente com cadeiras de rodas, mas com acessibilidade e assistencia social, cultural e educativa-inclusiva. Francuelys Barrozo
arrozo
Muito boa entrevista, realmente esse tem sido o clamor de todos os deficientes no Brasil. Busco anunciar que eles são sim sujeitos de direitos e devem ser respeitados. Eles querem ter autonomia e eu sonho com essa conquista…