No Piauí, preso terá 4 dias a menos de cadeia por resenha de um livro lido
Acreditando que o livro tem um grande poder para melhorar e transformar as pessoas em situação de prisão, a Secretaria Estadual da Justiça em parceria com a Corregedoria Geral de Justiça lançou nesta terça-feira (19/03), na Casa de Custódia de Teresina o Projeto Pipa Literária.
Nesse primeiro momento o projeto irá contemplar os internos da Casa de Custódia de Teresina, e objetiva proporcionar aos detentos o acesso à cultura, além de oferecer o beneficio da remição da pena através da leitura. “Esse projeto é de extrema importância, pois impulsionará aos internos a pratica da leitura. Acreditamos que essa ação terá êxito no sistema prisional piauiense”, ressaltou Henrique Rebelo, secretário Estadual da Justiça.
Por meio da implementação do Projeto Pipa Literária, a Sejus pretende que os internos vinculem o hábito da leitura com a possibilidade de sucesso profissional e de escrever melhor, fazendo-os acreditar, também, que a leitura os torna mais informados, menos agressivos e depressivos.
Para o Corregedor Geral de Justiça, Francisco Antônio Paes Landim Filho, ações que trabalhem a ocupação dos detentos são sempre bem vidas, “Projetos que trabalham a ocupação dos internos são sempre muito bem vindos, pois ao promovermos a ocupação desses indivíduos despertamos a sua inteligência e habilidades, evitando assim que fiquem ociosos”, afirmou o corregedor.
A participação dos internos beneficiados pelo Projeto Pipa Literária se dará de forma voluntária, sendo disponibilizado ao participante um exemplar de obra literária, clássica, cientifica ou filosófica, dentre outras, de acordo com a disponibilidade da Sejus.
O reeducando participante do Projeto deverá apresentar uma resenha após a leitura de cada obra, que irá ser corrigida pela Comissão de Correção, e se aprovada o interno fará jus ao benefício da remição de quatro dias de sua pena.
Segundo Zuleide Frazão, coordenadora de ensino da Sejus, o Projeto Pipa Literária recebeu esse nome em alusão uma prática de comunicação comum entre os detentos. “A origem do nome desse projeto se deu em alusão à forma de comunicação comumente usada pelos internos do sistema carcerário piauiense através de “pipas” arremessadas entre os pavilhões, explicou Zuleide.
Para Raimundo Nonato de Sousa, detento da Casa de Custódia o Pipa Literária será um meio de dar continuidade a prática da leitura, “Aprendi a lê aqui na penitenciária, e praticar a leitura me ajudou a ocupar a mente. Através desse projeto darei continuidade a essa prática, e assim adquirir mais conhecimento”, afirmou Raimundo Nonato.
Com informações da Assessoria