Caco Barcellos é o profissional que mais inspira estudantes

caco barcellos“Contar melhor a história, em vez de contá-la primeiro”, a frase foi dita por Caco Barcellos em várias oportunidades como uma diretriz que guia sua carreira. Enquete realizada nas redes sociais do Comunique-se aponta que o jornalista é o profissional que mais inspira estudantes da área.

Com 63 anos de idade e quase 40 anos de jornalismo, o gaúcho Cláudio de Barcellos dedicou-se à investigação, produzindo reportagens e livros que denunciaram violência e injustiça social. Desde 2006, comanda o ‘Profissão Repórter’, programa da Globo que nasceu como um quadro do ‘Fantástico’, onde acompanha e orienta jovens profissionais.

Veja a trajetória do jornalista:

A primeira experiência foi no jornal Folha da Manhã, do grupo gaúcho Caldas Júnior, onde permaneceu por três anos. Em 1975, após se formar em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), decidiu sair do país e enviava matérias de Nova York para o extinto Jornal da Tarde, de São Paulo.

Pela televisão, Caco teve conhecimento sobre a revolução contra a ditadura de Anastasio Somoza, presidente da Nicarágua, em 1979. Decidido a cobrir o conflito, foi preso por rebeldes logo após chegar ao país. O grupo era liderado por um menino de 13 anos. Nascia a primeira grande reportagem e livro: Nicarágua – A revolução das Crianças (Mercado Aberto, 1982).

De volta ao Brasil, trabalhou nas revistas IstoÉ e Veja, em São Paulo. Estreou na Rede Globo em 1982. A primeira reportagem de destaque na TV foi 1986, com cobertura da prisão de meninos na favela de Heliópolis, na capital paulista. Caco e o repórter cinematográfico Renato Rodrigues registraram policiais da Rota (unidade de choque da Polícia Militar de São Paulo) agredindo os garotos dentro da delegacia. A matéria foi ao ar no ‘Jornal Nacional’.

Seu livro mais famoso, Rota 66 (Record, 1992) denuncia a violência da Rota paulista. A obra tem o subtítulo “a polícia que mata em São Paulo” e levantou dados de cerca de 4.200 vítimas que foram mortas. Fruto de oito anos de investigação, o trabalho rendeu um Prêmio Jabuti na categoria Reportagem e outros seis prêmios, mas fez com o profissional tivesse que deixar o país após receber ameaças.

Dias após o lançamento do livro, Caco participou da cobertura da rebelião conhecida como Massacre de Carandiru, em 2 de outubro de 1992. Policiais citados nominalmente no Rota 66 participaram da invasão que matou 111 detentos e deixou outros 35 feridos.

Matérias sobre desaparecidos políticos (1995), queda do Fokker da TAM (1996), guerra civil da Angola ( 2001), denúncia de corrupção no Tribunal de São Paulo envolvendo o juiz Nicolau dos Santos Neto ( 2002), atentado terrorista em Madri (2004) e luto pela morte de João Paulo II no Vaticano (2005) também renderam prêmios e marcaram a trajetória do jornalista, que foi correspondente da Globo em Londres e em Paris.

Em 2003, Caco voltou ao Brasil como repórter especial da redação de São Paulo e lançou o livro Abusado (Record, 2003), que relata o cotidiano do tráfico e a relação com a comunidade do morro Dona Marta.  O livro-reportagem é baseado na vida do traficante Marcinho VP, morto pouco depois no presídio Bangu III, no Rio de Janeiro.

Caco faz parte da Galeria dos Mestres do Jornalismo do Prêmio Comunique-se, por ter vencido três vezes a categoria de melhor repórter de mídia eletrônica. A escolha é feita pelos votos dos jornalistas cadastrados no Portal Comunique-se.

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