Bancários do Piauí decidem aderir a greve nacional que inicia terça-feira
Os bancários do Piauí decidiram, em assembleia geral realizada na noite desta sexta-feira (2), aderir à greve nacional prevista para iniciar na próxima terça-feira (6), com prazo indeterminado.
Arimatéa Passos, presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, afirma que a proposta dos banqueiros não atendeu as expectativas da categoria, e não contemplou sequer metade das reivindicações apresentadas pelos trabalhadores. Por esta razão, acrescenta Arimatéa, a proposta foi “categoricamente rejeitada” na assembleia.
Na última segunda-feira (29), a Federação Nacional dos Bancos, braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), apresentou aos bancários a proposta de reajuste de 6,5% nos salários e benefícios, acrescido de um abono de R$ 3 mil, a ser pago de uma só vez.
Segundo a entidade que representa os bancos, o somatório do abono com o reajuste representará um ganho superior à inflação na remuneração do ano da “grande maioria dos funcionários” do sistema bancário.
Os bancários, contudo, afirmam que a proposta não cobre a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano. Como consequência, os trabalhadores teriam uma perda de aproximadamente 3% no poder de compra dos seus salários.
A classe possui uma proposta de reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança e melhores condições de trabalho.
A categoria também quer que o PLR (Programa de Participação nos Lucros e Resultados) aumente para três salários mais R$ 8.317,90, e ainda lutam pela defesa dos empregos e pela proteção das empresa públicas, contra as privatizações.
João Neto, diretor regional do Sindicato dos Bancários em Teresina, afirma que os bancos estão usando a crise econômica enfrentada pelo país como desculpa para não oferecer uma proposta justa aos trabalhadores.
“Sabemos que existe uma crise econômica internacional, não é só no Brasil, mas que afetou profundamente a economia brasileira, e os banqueiros usam essa desculpa para não atender as reivindicações da classe. Um setor altamente lucrativo, não teve problema no setor financeiro, os juros estão altíssimos, os lucros continuam os mesmos e eles apresentaram uma proposta abaixo da inflação, insistindo em uma proposta de abono do ano passado”, protesta o sindicalista.
Mais de 130 sindicatos de bancários pelo país já aprovaram a adesão à greve nacional da categoria.