Sem acordo, prossegue greve na Eletrobras
Os trabalhadores da Eletrobras seguem em greve por tempo indeterminado. Executivos da estatal e representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) se reuniram nesta sexta-feira, 19, para definir os termos do acordo coletivo 2013/2014, mas as negociações terminaram frustradas.
“A Eletrobras retirou a nova proposta que havia apresentado”, disse o diretor de Negociações Coletivas do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Gunter Angelkorte.
O diretor-presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, e o diretor de Administração da estatal, Miguel Colasuonno, participaram da reunião. Os executivos apresentaram uma nova proposta no encontro, que previa a manutenção dos benefícios para os novos empregados da Eletrobras e um reajuste salarial acima da inflação – a oferta anterior era reajuste com base no IPCA de maio de 2012 a abril de 2013, o que significa um índice de 6,49%.
Os sindicalistas, porém, divergiram em relação ao prazo. Segundo Angelkorte, a proposta da Eletrobras seria válida por dois anos, ou seja, também para o acordo coletivo 2014/2015. “A proposta garantia um ganho real para este ano, mas não concedia nada para o ano seguinte. Os sindicatos não aceitaram e apresentaram uma contraproposta. Então, a Eletrobras simplesmente retirou a sua proposta”, explicou.
Com o impasse nas negociações, não há previsão de quando será encerrada a greve dos trabalhadores, que começou na última segunda-feira, 15.
Os sindicatos pleiteiam um reajuste salarial de 11,18%, sendo 6,88 pontos porcentuais relativos ao índice de inflação calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e 4,3 ponto porcentual relativo ao crescimento médio do consumo residencial de energia elétrica nos últimos meses.
Com a paralisação, as trocas de turno dos trabalhadores da área de operação ocorrem a cada 24 horas. As equipes de manutenção não estão deixando suas bases para serviços de rotina.