YouTube Music, rival de apps de música, tenta diminuir distância entre streaming e artistas
O YouTube Music, mais recente investida do Google no mercado de streaming de música, passou a funcionar no Brasil nesta terça-feira (25), desde às 13h.
O aplicativo, que já funciona em 21 países, chega para concorrer com plataformas como Spotify e Deezer. Para se diferenciar, aposta em sugestões mais personalizadas ao usuário e busca encurtar a distância entre artistas e a plataforma.
Segundo o Google, todo o conteúdo de música cadastrado por usuários no YouTube estará disponível no catálogo em áudio e vídeo. Isso inclui gravações originais, remixes, covers e performances ao vivo.
Como o YouTube é uma plataforma colaborativa, isso elimina a necessidade de mediação de gravadoras ou agregadores de música, empresas ou associações que fazem a ponte entre artistas e aplicativos de streaming.
Música sem intermediários
Hoje, para incluir uma canção no Spotify ou Apple Music, por exemplo, é preciso estar ligado a um desses distribuidores. Mas a extinção dessa etapa é uma tendência no mercado.
Na semana passada, o Spotify anunciou que está testando nos Estados Unidos um recurso para permitir a artistas independentes o upload de suas próprias músicas e álbuns. Ele promete fazer repasses de royalties diretamente nas contas dos autores.
No YouTube Music, o artista ainda precisará ser associado a um agregador ou parceiro direto do Google para receber sua parcela do rendimento de assinaturas do serviço. Já os repasses por publicidade seguirão o modelo já usado para vídeos do serviço original, sem exigência de mediador.
Como funciona o app?
As funções e interface do novo aplicativo são semelhantes às dos serviços rivais. Há um modo gratuito, com publicidade entre as reproduções, e uma assinatura de R$ 16,90, que elimina anúncios e permite downloads.
Outro recurso exclusivo a assinantes é a navegação em segundo plano, demanda antiga de usuários do YouTube em dispositivos móveis.
O modo permite ouvir música durante a navegação em outros aplicativos ou com a tela bloqueada, o que ainda não será possível na versão sem custo, por escolha comercial da empresa.
DJ algoritmo
A principal novidade prometida é o uso de dados das contas do usuário no Google para criar sugestões personalizadas por meio de inteligência artificial.
Através da localização, por exemplo, o aplicativo pode identificar que o ouvinte está na academia e recomendar músicas adequadas para malhar.
A funcionalidade foi desenvolvida com base na percepção do que já acontece no aplicativo de vídeos no YouTube.
Nele, segundo o Google, cerca de 80% dos plays de música são feitos por sugestão do algoritmo da ferramenta, que analisa o histórico de reproduções do usuário.
O YouTube também lançou no Brasil sua versão Premium, por R$ 20,90. O pacote inclui reprodução em segundo plano, acesso a produções originais e os serviços do YouTube Music, além de eliminar anúncios e permitir download dos vídeos.
O mercado brasileiro é o terceiro em tempo de consumo de vídeos no YouTube, atrás apenas de Estados Unidos e Índia.