“Estamos recebendo radiação diretamente sobre nós”, diz climatologista
Dia 23 de setembro iniciou o Equinócio de Primavera, fenômeno que marca o início da estação. Isto significa também que a posição da Terra está diferente, fazendo com que a Linha do Equador receba diretamente a radiação solar o que, segundo o climatologista Werton Costa, é um período bastante perigoso, pincipalmente para o Piauí, que está exatamente nesta marca do planeta.
“Estamos recebendo radiação diretamente sobre nós e isso é muito perigoso para quem se expõe em horários após às 10h da manhã e antes das 16h; ainda mais para quem anda desprotegido e não usa protetor solar. Por isso, deve-se ficar atento para essa condição de radiação ultravioleta, que é muito prejudicial à saúde, já que é cancerígena e provoca danos à pele e à visão”, fala.
Chuvas isoladas
Todavia, nos últimos dias, chuvas rápidas surpreenderam os piauienses. Mas estas precipitações são um fenômeno isolado e que tem ocorrido devido à zona de convergência intertropical. O climatologista comenta que isso ocorre devido ao posicionamento mais próximo do litoral, causando tempestades isoladas e até furações no Hemisfério Norte.
“Porém, apesar de estar chovendo, é em volume pequeno, não consistente e típica para esse período. O satélite tem percebido o deslocamento da umidade da água, que forma as nuvens, e elas passam pelo Piauí e vão para o Maranhão, provocando chuva ou não. Mas nos últimos três dias, temos presenciado essas nuvens passando por Teresina e, como na capital está muito quente, ela tem uma tendência a se precipitar e provocar uma pequena chuva. Ou seja, são três dias em que, em alguns pontos da cidade, tem algum chuvisco, de tal forma que temos de 5 a 6 mm acumulados nesses dias”, comenta.
Tempo abafado
Porém, como a quantidade de chuva é mínima, não é suficiente para umedecer o solo (seco e quente), fazendo com que evapore rapidamente. E as nuvens, por serem pequenas e pontuais, a tendência é a umidade subir e preservar o calor, dando a sensação do tempo abafado e causando um desconforto térmico.
“A água tem uma característica muito interessante. Ela demora para ganhar calor, mas quando ganha, demora para perder, como é uma chuva rala e as nuvens são finas, essa umidade acaba fazendo ficar mais abafado, o que é favorecido pelo solo que está bastante ressecado e sem condições de infiltrar essa água”, ressalta Werton Costa.
Neste contexto, o corpo não perde tanto calor como se fosse em período diurno, onde apresenta um céu sem nuvem e com mais calor. Para o climatologista, essas condições são perigosas para quem fica muito exposto, vez que o ar mais seco termina “roubando a umidade do corpo. Perdendo água, piscando os olhos, na fala e isso dificulta até na transpirar, o que pode gerar um quadro de desidratação”, completa.