LUZILÂNDIA: Sem ajuda do poder público, homem conta com amigos para fazer tratamento

O jovem Adriano da Silva Lopes, 29 anos, da cidade de Luzilândia, enfrentou recentemente um problema de saúde sério, que deixou ele, a esposa e familiares bastantes preocupados e que exigiu deles força e determinação na busca da cura. Sem saber explicar direito sua doença, Adriano apenas resume seu problema como uma bactéria que fez um estrago em seu pulmão e que o levou a fazer duas cirurgias recentemente.

Em casa de recuperação, a família, já mais aliviada, agora enfrenta outro problema, que parece simples, mas que preocupa e causa indignação, Adriano precisa trocar todos os dias no Hospital Estadual do município os curativos da incisão que ficou aberta e que deve ser limpa e bem cuidada para não infeccionar, mas o serviço de transporte de pacientes como ele, foi cortado pela Secretaria Municipal de Saúde, e sem recursos financeiros para pagar um transporte, a família do jovem conta com a ajuda de um amigo.

Adriano é casado, mas não tem filhos, e está desempregado. Com a doença, nem os bicos que antes fazia para ajudar nas despesas da casa, não pôde mais fazer. O casal mora em uma residência da mãe de Adriano no Conjunto Habitacional Maria dos Anjos, conhecido popularmente como Morro do Macaco, e vive com o benefício do Bolsa Família, no valor  de R$ 111 reais, que a mulher, Andressa Costa, recebe. Eles também contaram com a solidariedade dos amigos do time local, que Adriano jogava, que promoveu um jogo beneficente para arrecadar alimentos  e ajudá-los nesse momento difícil.

É também com a solidariedade de um vereador, amigo e vizinho da família, que Adriano hoje conta para ir e vir, todos os dias, trocar o curativo do “buraco”, como ele chama. Sem os serviços da ambulância, sem poder se locomover de moto, e com a distância do bairro ao hospital, pagar um carro para esse fim seria impossível. “Tem que trocar curativo todo dia porque o buraco fica aberto, e é muito grande, ele não pode pegar sol, não pode sofrer muito abalo, e precisaríamos de um carro todo dia, onde ia arranjar um, pagar um?” comenta Andressa.

O casal foi orientado a colocar o nome na Secretaria Municipal de Saúde para ser beneficiado com o transporte. Além de Adriano, duas pessoas da região também eram transportadas no mesmo horário que ele para trocarem os curativos. Após o primeiro turno das eleições, o serviço foi cortado.  “Antes davam a assistência direto, buscar e deixar, depois passaram a falhar, dois dias, e em seguida de jeito nenhum, uma das vezes minha irmã foi lá saber e disseram que tava para Parnaíba, a ambulância”, conta Adriano.

A reportagem do site Clica Luzilândia acompanhou Adriano a sua rotina de troca de curativo. Em menos de uma hora buscamos e levamos o jovem à sua residência, após o procedimento. No Hospital Estadual Gerson Castelo Branco conversamos com o enfermeiro de plantão que fez o curativo, ele explicou que seis a sete pessoas precisam trocar esses curativos todo dia, mas ultimamente alguns tem faltado. “Não dá pra saber o porquê, quem tem condições de pagar o transporte vem, quem tem transporte vem, quem não tem, só Deus”, resumiu o enfermeiro. Conversamos também com uma agente de saúde, que explicou que o acompanhamento na casa do paciente não pode ser feito por falta de material adequado para fazer o curativo.

A Secretaria de Saúde do Luzilândia recebeu em fevereiro de 2018 uma Ambulância para ajudar nos transportes de pacientes que necessitam do serviço. Além disso, notas de empenho enviadas à Câmara Municipal, nos balancetes da Prefeitura, mostram altos gastos com várias locações de veículos que seriam para prestar serviços à saúde.

A reportagem procurou a Secretária de Saúde do Município, Vilma Teresa dos Santos, para buscar explicação sobre o corte do serviço de transporte desses pacientes. Por duas vezes estivemos na sede da Secretaria de Saúde, mas a mesma não se encontrava. Também tentamos contato por telefone, via WhasApp, mas até o fechamento dessa matéria não obtivemos retorno. O espaço da reportagem fica em aberto caso a Secretária queira se colocar sobre o assunto.

O caso também foi levado pelo vereador Cristóvão Rodrigues à sessão da Câmara Municipal. O vereador expôs sua indignação pela possibilidade de perseguição política, já que a mãe do rapaz trabalha para a família da Deputada local, e possivelmente serem de oposição, e pediu que a líder do Governo e aliados averiguasse o caso.

Morgana Marques disse que não acreditava na possibilidade de “politicagem”, visto que o Governo “Construir e Servir” trabalhava em benefício de todos, eleitores do grupo ou não, e se dispôs a averiguar o ocorrido. A vereadora Gilmara Gil também se comprometeu em buscar uma explicação para o caso, segundo ela, isso não se tratava apenas de um caso sobre direito, mas de humanidade.

O prefeito de Luzilândia é Ronaldo Gomes (PTC).

Fonte: Clica Luzilândia
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