10 anos da maior enchente do Rio Longá
Por Macelino Keliton / Espaço Geografico
Se o mundo irá acabar em fogo não sei, mas as águas a cada dia deixa sua marca. Na sexta-feira passada (06/04) completou 10 anos da maior enchente do Rio Longá.
10 anos atrás milhares de famílias esperantinenses estavam fora de suas casas sem saber o que iria acontecer a cada gota de água que vinha do céu naquele ano de 2008.
Crianças, adultos, idosos ribeirinhos ficavam aflitos a cada chuva que molhava cada vez mais a cidade do Longá.
A cidade de Esperantina é a única que é banhada em sua área urbana pelas águas do Longá. A cidade está à esquerda do rio onde muitas ações humanas tem sido feitas que proporcionam a entrada de cidade a dentro das águas dessa nossa riqueza hídrica.
Dessa forma as águas chegaram aproximadamente a 40 metros cidade adentro. Muitas famílias, milhares de pessoas forma direcionadas para outros bairros, para escolas públicas da cidade. Familiares distantes das margens do rio receberam seus parentes. Lembro dos ciganos no CEEP Leonardo das Dores.
Praticamente a cidade parou. Foi noticiada em todos os meios de comunicação do estado e em muitos do país.
Sem nenhuma estrutura de prevenção contra as enchentes, a cidade sofreu, agonizou. Ficou ilhada. O tráfego entre o sul do estado e Esperantina praticamente não existiu. A PI-113 foi cortada e quase levada pela força das águas.
O setor comercial e agrícola tiveram perdas quase incalculáveis. Residências foram ao chão depois de dias submersas. Doenças, mordidas de cobras levaram dezenas de pessoas aos postos de saúde e ao hospital.
10 anos se passaram e não vejo nenhum centavo público investido para prevenir outra grande enchente.
Ribeirinhos ainda existem, açudes particulares a cada dia sendo feitos às margens do rio, barreiras de contenção para as águas não adentrarem a cidade inexistentes, reflorestamento da mata ciliar muito menos um cais de verdade são observações que podem ser confirmadas por quem mora e passeia pela cidade de Esperantina e por suas águas fluviais.
Saíram e entraram governos, governos municipais e estaduais, e nada de política pública para evitar outra catástrofe. Meio ambiente não é mesmo pauta primordial dos governos.
Se tivesse ocorrida tais políticas públicas era bem capaz de estarmos comemorando estes 10 anos.