Perito digital dá dicas de como não cair em golpes nas compras online

O mês de novembro entrou para o gosto dos brasileiros com a famosa “Black Friday”. A tradição, que teve origem nos Estados Unidos, inicia a temporada de compras natalinas com significativas promoções em muitas lojas e já acontece em muitos outros países.

COMPRAS

Originalmente a ação acontece em apenas um dia, na última sexta-feira de novembro, mas no Brasil, diversos estabelecimentos entram o penúltimo mês do ano já com os descontos a todo vapor. O período é propício para fechar ótimos negócios e comprar produtos muito mais baratos, mas também cair em golpes criminosos ou distorções de ofertas.

O perito digital Neto Cunha explica que os ataques criminosos utilizando os meios digitais se multiplicam de forma preocupante. “Hoje o principal risco é que as pessoas querem coletar os dados. Aproveitando esse momento que as pessoas esperam tanto para fazerem as compras, os hackers geram aplicativos ou geram links para as pessoas irem ao site errado e façam seu cadastro, ou que façam compras falsas que eles não vão receber”.

Durante esse período, é muito comum a utilização dessas práticas como “finchers”, que são as pescas de informações das pessoas para aplicação de novos golpes. “As pessoas vão receber nesse período muitos links via e-mail, whatsapp ou então vão ser gerados muitos posts, onde as pessoas vão clicar e entrar em sites falsos e, mesmo que elas não façam cadastros ou compras, as informações vão ficar guardadas no site”, detalha.

Neto Cunha destaca que entre os principais cuidados está observar bem o que está buscando pelos meios digitais. Ele ressalta que esse cuidado pode livrar o consumidor de ter os dados roubados e utilizados de forma indevida por criminosos da área.

“Um cuidado essencial é olhar se aquele site de compra é o site oficial. Às vezes a pessoa entra em um site e ele tem um ‘S’ a mais, ou tem alguma informação a mais que gere outro site. Outra dica importante é que se crie nos aplicativos de banco um cartão de crédito virtual com valor somente daquela compra. Porque ao finalizar aquela compra, aquele cartão vai ser destruído e não poderá ser usado para gastar com outras coisas no nome, então não vai ser usado o cartão original, evitado assim outros tipos de golpes”, revela.

É importante que os consumidores desenvolvam uma postura de prevenção quando decidirem fazer as compras pela internet, evitando clicar em links aleatórios enviados. “Existem alguns links que lhe geram ao ‘fincher’ que é para coletar informações, e existem outros tipos de links maliciosos, como os chamados ‘malwares’, que causam o dano ao aparelho ou dispositivo que se está usando”,  reforça.

Para aumentar os cuidados também existe a navegação com incógnita, chamada também de navegação de forma anônima, que não deixa os dados salvos e apagam os registros após a saída dos sites.

Com a navegação oculta a pessoa evita a coleta de várias informações, mas tem uma dica mais fácil para se usar. Existe uma ferramenta chamada Sandbox, que é uma ferramenta que você baixa de forma gratuita, e botando ela para rodar no navegador ela não vai coletar outras informações do seu computador”, finaliza o perito.

Veja as dicas detalhadas de como manter a segurança nas compras online

1. Analisar com atenção os e-mails com promoções

Com campanhas de descontos a decorrer ao longo de várias semanas, é essencial ver todos os detalhes das newsletters que chegam às caixas de e-mail. Os sinais de alarme revelam-se, sobretudo, em remetentes repletos de caracteres diferentes, textos pouco compreensíveis ou mesmo e-mails de sites que não foram visitados. Nestes casos, deve reportar-se como spam e nunca clicar em qualquer link que o e-mail contenha.

2. Utilizar o modo incógnito na navegação e reduzir informações partilhadas online

Através da navegação anônima, é possível visitar lojas online sem partilhar informações ou agregar cookies, evitando assim o excesso de anúncios direcionados ao consumidor ou diminuindo as consequências de clicar em algum link pouco seguro. Neste sentido, as extensões de bloqueio de anúncios (ou ad-blockers) são um bom complemento para os motores de pesquisa e ajudam a manter a cibersegurança dos utilizadores, já que os protegem contra qualquer “publicidade enganosa” que possa surgir.

Além disso, é essencial desenvolver um sentido crítico sobre as informações partilhadas nos formulários de compra, de criação de perfil nas lojas online ou até de aceitação da política de cookies. Em simultâneo, é importante ter em conta se as informações pessoais são ou não relevantes para a ação de compra ou navegação do site, sendo fulcral para não partilhar demasiado e, assim, manter em segurança os dados privados.

3. Avaliar a reputação dos sites, produtos e vendedores

Nesta época, podem surgir sites falsos que se fazem passar pelos das marcas oficiais, que aliciam os consumidores a comprar de imediato para não perderem a oportunidade de um bom desconto. Para despistar uma suspeita de fraude, a sugestão é pesquisar este site em diferentes motores de busca para ver se surge indexado nos resultados. Em último caso, se existirem dúvidas, deverá ligar-se para o contacto de apoio ao cliente ou loja física que o consumidor conhece e confirmar a informação.

Já em marketplaces para revenda de produtos, aconselha-se a ter especial atenção às críticas e avaliações de outros consumidores sobre o produto e o vendedor, de forma a permitir uma tomada de decisão mais informada no momento da compra.

4. Utilizar cartões temporários como método de pagamento

Através do uso de cartões de débito temporários, gerados apenas para aquela compra, ou utilizando plataformas intermediárias de pagamento, as informações de acesso à conta do banco são encriptadas. Deste modo, é possível comprar com maior segurança online, limitando a extensão dos danos em caso de roubo de informações e dados bancários.

5. Manter um registo das compras efetuadas

Com a diversidade de compras feitas ao mesmo tempo, é importante registar tudo o que se encomenda. Anotar o site onde comprou, o serviço de entrega contratado e a data estimada para receber um produto são detalhes que vão permitir detetar mensagens e e-mails de falsas compras, onde normalmente se incluem links que conduzem a ciberataques.

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