Copa Norte se consolida com um Jogo Ápice
Por Macelino Keliton / Espaço Geografico
Duas equipes, uma batalha.
Esta quarta-feira (22/01/2014) ficará marcada para a maior competição de Futsal do Estado do Piauí bem como para todos que se fizeram presentes ao Ginásio Nogueirão na cidade de Esperantina.
Apesar de que está na sua 14ª edição somente agora a Copa Norte de Futsal está consolidada. Agora podemos caminhar para a Profissionalização. Não pode ser diferente. Depois dessa maravilhosa noite de quarta-feira, depois desse jogo ápice entre Escolhinha e Campari (dois times de Esperantina) o que devemos fazer é reconhecer que podemos fazer parte, sim, do calendário nacional do Futsal Brasileiro.
A torcida, tímida, foi chegando ao Ginásio. O jogo marcado para as 19:00 hs só foi começar às 20:00 hs. Isso só contribuiu para aumentar os contraídos ânimos e nervos da torcida. Alguns torcedores vestidos de vermelho (cor da equipe do Campari) contribuíram para aumentar ainda mais a insegurança dos torcedores da Escolhinha que até então não tinha mostrado a cara, pois o Campari, no papel, era melhor. Cada grupo de torcedor procurava, no ginásio, o melhor lugar para torcer, vibrar pelo jogo.
Os árbitros Cardoso e Paulo Afonso deram início à partida. Respeito, pelos dois times, foi o que prevaleceu nos primeiros minutos de jogo. Um grito da torcida dali, outros ‘daculá’. Logo o Campari abriu o placar com uma falha do goleiro João. Neste momento os poucos vestidos de vermelho se animaram ainda mais, enquanto a maioria da torcida permanecida quieta, calada, no seu lugar como se estivesse guardando todas as forças para o final. Não demorou muito veio outro gol, dois a zero, alegria de poucos, tristeza de muitos. Mas como a esperança não morre facilmente, a equipe da Escolhinha renasce ao fazer um gol. Agora a torcida no Ginásio parece ser mais igualitária. Neste momento entra no ginásio o Deputado Federal que para muitos estava torcendo pelo Campari. Não deu outra, a Escolhinha empata o jogo e a maior parte da torcida mostra sua cara, sua torcida, sua esperança. Com a força vinda das arquibancadas a equipe comandada pelo Professor Leão vai para cima da equipe adversária mostrando muita cautela, resistência e fôlego. Resultado? Virada. Dois a três. Neste momento o ginásio só não vai ao chão por conta da boa infraestrutura do prédio. A partir de agora já dava para saber quem torcia por um ou para outro.
Os corações começavam a palpitar mais forte, a respiração ofegante, os palpites eram inúmeros e longe estávamos do melhor. O sistema nervoso tanto da torcida nas arquibancadas como dos atletas na quadra já não era mais o mesmo. O jogo estava bonito de se ver. A equipe de vermelho não baixou a cabeça depois da virada. Foi para cima. Empatou. Houve gritos. Viraram a partida, mais gritos. Mostrou seu talento, sua experiência. Uma torcedora em particular não sabia se ficava alegre pelo namorado que jogava pelo Campari ou pelo papai que comandava a Escolhinha. As emoções eram inúmeras. Frustração daqui, alegria de lá. Não só a torcedora, mas todos que presenciaram esta maravilha de partida de futsal.
Priiiiiiiii! Fim do primeiro tempo. Hora de descansar, de beber água quente em garrafa pet de 2 litros. Quanta pobreza para tanto patrocínios.
Quando começa o segundo tempo da partida logo o Campari faz cinco a três. Como o jogo estava muito disputado, com belos dribles e gols, o placar não poderia se distanciar. Então a Escolhinha fez o quarto gol. Por mérito a equipe vermelha se impôs e conseguiu a maior diferença no placar fazendo sete a quatro. Não poderia ser diferente, a torcida sem camisa específica (da Escolhinha) se viu e viu seu time no fundo poço. No entanto lembraram que o placar no Futsal pode mudar em minutos. Com raça e talento dos menos experientes em quadra (time azul e branco) o jogo voltou a ficar empatado. Sete a sete. Ufa, bem no finalzinho. A maior parte da torcida no ginásio que torceu pela Escolhinha como forma de se opor ao Deputado Federal ficou aliviada. Agora sabia que poderia ganhar o todo amparado e apadrinhado time do Campari.
Que venha a prorrogação. Dez minutos, divididos em dois tempos, foi o maior espaço de tempo dessa inesquecível noite de quarta-feira.
Oito a sete, muitos gritos. Oito a oito. Muito mais gritos. Não tinha como mais se segurar sentado na arquibancada. A partir de agora a raça, a dedicação, a força de vencer eram maiores do que tática, o talento, os treinos.
De um lado a torcida, aflita, de outro os atletas, focados. Não podemos esquecer que neste momento o jogo já estava nove a nove. Coisa boa passa rápido. O Campari ficava na frente no placar e logo a Escolhinha empatava. Não poderia ter erros. Mas teve. Um atleta da equipe Azul e Branco virou a partida. Dez a nove. Segundos depois este mesmo atleta ‘vacilou’ e permitiu o empate. “Não, não aguento mais tanta emoção”, dava ouvir esta frase na ‘cara’ de cada um dos torcedores que não via a hora de terminar esta seção de análise cardíaca à beira da quadra onde os médicos cardiologistas eram os próprios jogadores.
Os minutos restantes estavam a terminar. Já se pensava nas penalidades. Mas não, nada de penalidades. O jogo agora deve acabar. Se for paro os pênaltis terá gente morrendo nas arquibancadas, até porque não se fez presente no ginásio nenhuma equipe médica da saúde estadual muito menos municipal. A torcida pedia mais um gol e nesta altura da partida já dava para imaginar que quem fizesse o Décimo Primeiro gol continuaria na competição. Parte dos torcedores gritava, pulava, gesticulava, pedia, mandava, xingava, jogava latas de cervejas na quadra e de certo modo desrespeitava os demais presentes. Neste momento onde estavam os policiais para fazer a segurança do local? Respondo: não sei.
Voltando ao jogo, eis o importante, não deu outra. Quem jogou melhor, com mais raça fez o gol. Quem guardou para o final seu grito de vencedor, venceu. Quem chegou meio triste ao ginásio (que não é o meu caso, pois não torcia por time algum e sim para o futsal esperantinense) saiu completamente feliz por ter assistido uma partida ápice na 14ª Copa Norte de Futsal.
As bebidas Cajuína e Campari amargaram. Que pena. Quem sabe um ‘Mangueira’ ou “Ypioca” não der certo no ano que vem.
Parabéns a todos
“Sou o que eu penso, para vocês, sou o que eu transmito”