Sem chuvas, lavradores temem seca inédita no norte do Piauí
Lavradores da agricultura familiar de municípios do centro norte do Piauí estão preocupados com a falta de chuvas regulares no chamado “período chuvoso”, que geralmente começa no final de dezembro.
Por causa da estiagem muitos agricultores perderam o que plantaram entre dezembro e janeiro e outros nem plantaram ainda porque não houve chuvas suficientes para garantir o crescimento das lavouras de milho, feijão, macaxeira, mandioca e hortaliça-fruto, como melancia e abóbora.
Moradores da zona rural estão prevendo que, se não tiver chuvas nos próximos dias, vai ter muita fome e miséria nessa região, onde muitas pessoas ainda vivem da agricultura e da criação de pequenos animais, como galinha, pato, bode, carneiro e porco.
Explicação científica
A climatologista Sara Cardoso, coordenadora da Sala de Monitoramento de Eventos Climáticos Extremo da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, explica que não está chovendo em Teresina por essa região do estado está sofrendo impactos diretos das mudanças climáticas que estão ocorrendo no planeta, bem como dos efeitos do fenômeno El Niño, que está bem ativo.
“Nos estamos vivendo um super El Niño, que vem influenciados nos sistemas que produzem chuvas aqui na Região Nordeste”, diz Sara, acrescentando que o fenômeno também está gerando impactos na temperatura e na umidade relativa do ar.
Previsão de Chuvas
Mas o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) diz que nem tudo está perdido. O órgão federal prevê um mês de fevereiro chuvoso para o Piauí e outras partes do Matopiba, que engloba áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Segundo o Inmet, a previsão de chuvas acima da média deve contribuir para a manutenção da umidade no solo e o desenvolvimento das lavouras de primeira safra, após um aumento na umidade do solo devido ao retorno das chuvas mais regulares que não ocorrem nos meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
De acordo com o Inmet, em grande parte das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste do país, além de áreas do Pará, Amapá, Tocantins e Paraná, a previsão indica um total de chuva dentro ou ligeiramente acima da média. Este cenário também é previsto para o Brasil Central, onde a previsão de chuvas acima da média deve favorecer o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.