IBGE diz que cresce comissionados no PI e falta políticas para mulheres
Para o supervisor de informações do IBGE, Pedro Soares, a situação do Piauí merece alerta. A pesquisa Estadic 2013 revelou que o número de servidores comissionados no ano de 2012 cresceu 6,28%, em relação ao ano passado, a medida que o total de estatutários caiu 23,51%.
“Pela Constituição de 1988 a única forma de contratação deveria ser através de concurso público. Se o número de comissionados continuar a crescer nesse ritmo em breve se terá um número meio a meio de servidores”, disse o gestor.
Durante a pesquisa, foi constatado que o número de pessoas somente comissionadas na Administração Direta do Estado passou de 1.448 em 2012 para 1.539 em 2013. Alta de 6,28% ou 8 contratações por mês.
No mesmo período, o total dos estatutários sofreu redução. No início da pesquisa eram 48.972 servidores estaduais ingressos no serviço através de concurso. No fim da coleta de dados foram constatados 37.458: redução 23,51%.
“Não era para ser assim. Isso não deveria existir. Os dados deveriam ser ao contrário. Mas a pesquisa mostra ainda que tipo de política pública deve ter investimento. Os governos devem priorizar os concursos”, analisa Pedro Soares.
Políticas públicas para as mulheres
O estudo revelou ainda que o Piauí é o segundo Estado brasileiro que menos investiu em políticas públicas voltadas para as mulheres entre os anos de 2012 e 2013. Ao todo foram R$ 185.370. O representa investimento de R$0,11 por mulher piauiense.
No Estado, a deputada Margarete Coelho encabeça luta para a criação de uma secretaria de defesa de direitos femininos. Hoje, apenas uma diretoria vinculada a Secretaria Assistência Social e Cidadania do Piauí (SASC) se dedica a esta missão.
“E é apenas uma diretoria de quarto escalão. Essa realidade mostrada na pesquisa não me surpreende e só aumenta nossa indignação e a vontade de trabalhar pela criação da secretaria. Só uma diretoria não é capaz de garantir políticas públicas necessárias para as mulheres”, disse a parlamentar.