Acirramento político e discussões afasta as pessoas das redes sociais
Com o acirramento político, intensificado diante das manifestações pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff neste domingo (13/03), diversas pessoas tem desativado suas contas nas redes sociais devido às discussões exacerbadas.
Ficava no meio da guerra”, diz o funcionário público Henrique Galli, 51. Ele reclama do “Fla-Flu político” dominante no Facebook, que abandonou “pouco antes de a Polícia Federal levar o Lula para depor, felizmente”. Os discursos saturaram tanto que os textos longos foram apelidados de “textões”.
Segundo informações os usuários estão cansados com o bate-boca que tomaram os grupos de WhatsApp e Facebook, não importando a opinião a respeito.
Para a artista plástica Lethícia Barros, 21, a plataforma virou um “ramo de papagaio”, em que só se replica conteúdo, sem reflexão. “Quem gosta de discutir política senta e debate.” Ela desativou sua conta há um mês, mas já tinha feito isso em outras ocasiões. No grupo da família do WhatsApp, diz, é impossível conversar sobre política.
De acordo com Fábio Malini, do laboratório de cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo, a história da internet no Brasil é recheada de momentos mais acirrados.
“Em 2002, as brigas eram em listas de e-mail. Em 2006, no Orkut; em 2010, no Twitter e, em 2014, já no Facebook”, diz.
Segundo ele, no Facebook há “uma cultura do revide”, causado pela possibilidade de comentar nas postagens de outros usuários.