Banda Clínica Tobias Blues que tem dois esperantinenses anuncia fim
Foi com um breve anuncio em sua página oficial no Facebook que a banda teresinense Clínica Tobias Blues anunciou seu fim. A banda que recentemente tinha lançado um novo trabalho agora se despede de seu público após 7 anos de trabalho autoral e apresentações em grandes espaços e eventos de Teresina. Esta não é a primeira ‘baixa’ do trabalho autoral na capital. Ainda no início deste ano a banda Roque Moreira anunciou seu fim, fato já noticiado neste blog ainda no ano passado. Ao contrário da ‘Roque’, a ‘Clínica’ parece que não tem lá muitas chances de retorno ao cenário, pelo menos não com a mesma proposta.
Em conversa com Daniel Huck ainda em 2012, ele explica que a pausa da banda é produtiva e pelo bem dos músicos e da música. Nas entrelinhas da mensagem deixada pela CTB não restaram muitas brechas para volta. O fim dessas grandes expressões autorais abre uma discussão que este blog já havia comentado: a produção autoral em Teresina não cresce por: falta de identidade na música ‘made in Piauí’? Falta de espaço em meios que veiculem este trabalho? Falta de crítica? Falta de eventos, espaços estímulos? Falta de que mesmo?
Alguns divergem em torno das possíveis causas do fim de tantas bandas autorais seguidas. Dando um pitaco aqui, falta um pouco por parte dos músicos, mas mais ainda por parte dos grandes conglomerados de comunicação que não fomentam a cultura local. Prova disso é ter bandas nacionais que pouco influenciam a produção daqui lotando grandes espaços e outras como foco de resistência em espaços em que alguns recusam a pagar R$ 10,00 para ver músicos daqui.
Falta mercado, falta crítica e isso não atrai público. Não há no mundo paixão pela música que vá suprir as necessidades de um músico (e eu digo músico de verdade, que vive disso) fora de um palco. A cultura e a identidade das músicas autorais daqui é um grande caldeirão, coisa impressionante. Se houver uma culpa nesse processo todo, a menor parte é de quem produz, porque até este, coitado, é fruto, em parte, da imposição cultural trazida pelo apelo comunicacional.
Novos trabalhos autorais já foram lançados este ano em Teresina que, continuando como está podem se considerar mortos. Pouca repercussão de público, de crítica, de mídia e muito menos retorno financeiro. Roque Moreira, CTB, vão em paz… Aos que restam é unir forças, reinventar, tentar fazer raízes com os versos, acordes e melodias, pensar grande e torcer pra que essa realidade mude com um grande evento com aporte midiático suficiente para alçar grandes trabalhos locais retorne e ressuscite as bandas que como Roque Moreira e CTB ficaram pela estrada.
Com informações AcessePiaui
Sabe porque isso acontece ? É muito fácil saber. Faça uma festa no Piauí e coloque como atrações somente bandas e cantores piauienses… quem iria a essa festa ?! Os piauienses normalmente só costumam comparecer em massa a festas tocadas por atrações vindas de fora.