Candidatas denunciam irregularidades no Miss Piauí 2016 ao MP
As modelos Kayra Nascimento, Loyse Vasconcelos e Herika Nobre, candidatas ao Miss Piauí 2016, ingressaram, conjuntamente, com representação criminal junto ao Ministério Público Estadual para que seja investigada a lisura do concurso, realizado no último dia 10, em Teresina. O pedido é de que seja aberto inquérito para apurar a oferta de favorecimento a concorrentes, segundo demonstra áudio vazado esta semana e atribuído a um dos organizadores do certame.
A gravação deixa claro o oferecimento de vantagens a uma das candidatas. O promotor do evento afirma que alguns dos jurados seguiriam suas orientações no momento da atribuição das notas, favorecendo a concorrente. O organizador chega a orientar sua interlocutora sobre como agir nos bastidores do evento para não levantar suspeitas acerca do esquema.
Caso seja comprovada a tentativa ou a fraude, estaria configurado o crime de estelionato, cuja pena prevista é de reclusão de um a cinco anos, além de multa.
Segundo a advogada da Miss Esperantina Kayra Nascimento, Laís Marques, a modelo tomará as devidas providências cíveis e criminais para que seja investigado também o crime de injúria racial. No áudio citado, a modelo é chamada de modo depreciativo de “negrinha”.
“Só consigo sentir indignação. Eu me senti descartável pela cor, vi que todo o meu esforço não valeu a pena”, afirma Kayra Nascimento. É considerada injúria a ofensa à honra de alguém utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. O crime tem pena prevista de um a três anos de reclusão e multa.