Cinco cidades do Piauí já sabem que terão mulher na prefeitura em 2025
O número ainda é bem pequeno, mas cinco das 224 prefeituras do Piauí, no mínimo, já sabem que terão uma mulher no comando a partir de 1º de janeiro de 2025. Uma delas já está de fato eleita, basta apenas confirmar seu próprio voto no dia seis de outubro. As outras quatro cidades, terão disputa polarizada, no entanto entre duas candidatas do sexo feminino.
O número faz parte de um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), com base nos dados de registro de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições deste ano. Segundo das estatísticas, em 91 cidades brasileiras a disputa para o cargo majoritário acontece só com mulheres. Desse total, cinco estão no Piauí.
O índice representa 1,65% das 5.568 cidades do país que vão às urnas este ano. Dentre estes 91 municípios, 52 estão localizados na região Nordeste. Em seguida, aparecem as regiões Sudeste (16), Centro-Oeste (9), Sul (8) e Norte (6). O Piauí é o sétimo estado com maior número de disputa, junto com a Bahia. O líder nacional é a Paraíba, com dez.
No Piauí, as cidades, em ordem alfabética, são: Buriti dos Lopes (Jaqueline Brito, do PT, e Laura Rosa, do PP); Capitão de Campos (Alyne Batista, do PT, e Eroneide, do MDB); Cocal de Telha (Karyne do Rodrigão, do PSD, concorre sozinha); Ilha Grande (Bernadete Leal, do MDB, e Marina Brito, do PP) e Pedro II (Betinha Brandão, do MDB, e Neuma Café, do PT).
O estudo da CNM destaca, ainda, que 2.311 candidatas foram registradas para disputar o cargo nas prefeituras de 1.947 cidades, número corresponde a 15% do total de candidatos do pleito deste ano. No Piauí, são 72 candidaturas femininas ao todo. Embora apresente uma expansão, apenas 35% das cidades têm alguma candidata na disputa, enquanto a de homens chega a 98%.
Houve crescimento no número de disputas femininas entre os anos de 2000 a 2024, ou seja, nas últimas sete disputas eleitorais. Nesse cenário, a quantidade de candidatas dobrou, passando de 1.150 para 2.311. No ano 2000, por exemplo, a cada 100 candidaturas registradas, oito eram mulheres. Em 2024, a razão subiu para 15 candidatas, levando em conta o mesmo universo.
Apesar de indicar crescimento no número de candidaturas ao longo desses pleitos eleitorais, a CNM ressalta que os números não evidenciam o potencial da representatividade feminina na política, já que a maioria da população é composta por mulheres. Nesse sentido, a fundadora e presidente do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), Tania Ziulkoski, enfatiza que a Confederação tem atuado pelo engajamento de mais lideranças políticas femininas em todo o país.
“O MMM foi criado em 2017 para iniciar esse trabalho da importância de aumentar a representatividade das mulheres nas decisões políticas. A gente sabe o potencial que elas têm e também as dificuldades que enfrentam quando assumem um cargo público. Nesse aspecto, a gente trabalha conjuntamente com ações de sensibilização e empoderamento. Apesar de ainda não ser o ideal, os dados da pesquisa mostram um avanço e vamos continuar trabalhando para que a representatividade seja ainda maior”, destacou a municipalista.
O levantamento também traz um dado inédito ao apontar que a eleição deste ano será a primeira em que ocorrerão candidaturas exclusivamente femininas em 101 cidades, sendo que 24 desses Municípios terão candidatura única. O estudo mostra ainda que em 189 cidades do país a quantidade de candidatas mulheres supera a quantidade de homens e que 18% das candidatas concorrem à reeleição.
Sobre o perfil das candidaturas femininas nas eleições deste ano. As candidatas possuem em média 49 anos e os homens 51; 79% concluíram o ensino superior, enquanto o percentual masculino é de 55%. A pesquisa mostra ainda que 56% das candidatas são casadas (homens são 69%) e 18% buscam a reeleição. Por sua vez, no universo masculino dos candidatos, 20% tentam o segundo mandato consecutivo.
Fonte: Conecta Piauí