Ciro Nogueira e Marcelo Castro vencem disputa pelo Senado no Piauí
O senador Ciro Nogueira (Progressistas) consegue a reeleição com mais de 29,25% dos votos. Em segundo lugar, Marcelo Castro do MDB também se elege com mais de 26,25%.
Ciro Nogueira obtém segundo mandato
Ciro Nogueira Lima Filho, 49 anos (faz 50 em 21 de novembro), reeleito neste domingo (07), é o primeiro senador do Piauí a obter um segundo mandato consecutivo em duas décadas e o terceiro em meio século a ser reeleito nas mesmas condições. Antes dele, só Petrônio Portella (1966 e 1974) e Hugo Napoleão (1986 e 1994) obtiveram reeleição.
Durante a comemoração que acontece em sua casa, o reeleito a senador Ciro Nogueira agradeceu à população piauiense.
“Queria primeiro agradecer à população pela forma que me recebeu durante a campanha. Não tenho palavras para descrever como foi essa campanha. Estou muito feliz pela eleição do governador Wellington Dias e do senador Marcelo Castro. Só tenho a agradecer o estado do Piauí e à população que soube confiar no meu trabalho e compreendeu a forma que nós atuamos”, relata.
Ele explicou ainda sobre as mudanças que devem acontecer durante esse período de reeleição ao senado juntamente com o 4º mandado de governador do Estado concedido à Wellington Dias.
“Agora vamos apresentar ao governador uma proposta de governo de redução da máquina pública e que o foco seja uma maior prestação de serviço pela qualidade de população e espero que isso ocorra. Vamos comemorar hoje, mas a partir de amanhã com muito trabalho e vamos recompensar o povo do Piauí pela confiança”, reitera.
Ciro foi reeleito com mais de 29,25% votos, um número bastante superior ao de sua primeira eleição, quando teve 695.875 votos.
O senador reeleito é presidente do Progressistas, partido que foi aliado dos ex-presidentes Lula e Dilma Roussef e tem participação no governo do atual presidente, Michel Temer.
O fato de presidir o partido e de ter feito do Progressistas (antigo PP) uma das agremiações políticas de maior representação no Congresso Nacional e ampla participação na Esplanada dos Ministérios, deu a Ciro Nogueira influência e poder para transferir recursos para todos 224 municípios e também para o governo estadual.
O volume de recursos para setores como saúde e infraestrutura urbana deu a Ciro o discurso de sua campanha vitoriosa a mais um mandato de senador. Ele se apresentou como um congressista de resultados. O eleitor, pelo desempenho dele, absorveu essa proposta.
Em sua campanha, o senador Ciro reeleito fez um plano de metas para sua atuação nos próximos oito anos, que inclui assegurar recursos para mais estradas, universalização do abastecimento de água, aumento da produção de energia renovável, geração de empregos e mais investimentos em Teresina.
Ciro Nogueira tem contra si inquéritos autorizados pelo Supremo para apurar obstrução de justiça e outras acusações. Ele nega todas, mas durante sua campanha teve que gastar boa parte de seu tempo buscando reduzir o impacto negativo de suas complicações judiciais.
Marcelo Castro é eleito ao Senado
Marcelo Costa e Castro (MDB), tem 68 anos. Eleito em 1982 para a Assembleia Legislativa, é um político experiente que foi deputado estadual por duas vezes, deputado federal em quatro mandatos, tendo assumido por alguns meses (1 º de outubro de 2015 a 17 de fevereiro de 2016) o Ministério da Saúde no governo da ex-presidente Dilma Roussef.
Eleito agora senador, com 26,25%, Marcelo começou a campanha bem atrás dos principais oponentes, Marcelo fez campanha colado nos seus dois companheiros de chapa, Ciro Nogueira, candidato à reeleição, e Wellington Dias, também concorrendo a um novo mandato de governador. Também contou com o apoio do candidato do PT a presidente, Fernand Haddad e até com declaração favorável do ex-presidente Lula durante a campanha na TV.
Ele faz parte de uma dinastia política antiga no Piauí. Seu pai, José de Castro foi deputado estadual pela Arena, partido governista durante o regime militar.
No primeiro governo de Mão Santa (1995-1998) foi presidente do Instituto de Assistência e Previdência do Estado (Iapep), atual Iaspi, candidatou-se em 1998 a deputado federal, sendo reeleito seguidamente em 2002, 2006, 2010 e 2014.
Na Câmara, fez parte da comissão especial de reforma política, da qual foi relator, apresentando propostas como o voto distrital. Seu relatório foi desautorizado pelo então presidente da Casa, Eduardo Cunha, que agora se acha preso, condenado pelo juiz Sérgio Moro.
Ministro da Saúde de Dilma Roussef, o agora senador Marcelo Castro aproximou-se do PT, tanto que uma de suas suplentes é uma petista de “raiz”: a ex-vereadora de Teresina, Rosário Bezerra.