A colunista do Estadão Eliane Cantanhêde acredita que o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ) não deve resistir as investigações de corrupção e deve sofrer impeachment. Como sucessor do deputado, Cantanhêde aposta suas fichas no piauiense Heráclito Fortes (PSB).
“A prioridade é lutar no conselho, mas Cunha tem o plano B: perdido por um, perdido por mil. E já definiu que, se perder nessa primeira fase, seu derradeiro ato antes de ser cassado será abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Neste caso, quem comandará todo o processo contra Dilma será o sucessor de Cunha na presidência da Câmara”, diz ela.
“Pelo lado do governo, afunilam-se as articulações pró-Leonardo Picciani, o líder do PMDB”, afirma. “Pelo lado da oposição, falou-se muito em Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Miro Teixeira (Rede-RJ), mas eles precisavam ser um pouco menos, ou muito menos, excelentes. Vai ficar no sonho”, afirma. “Por isso, a oposição tenta ser pragmática e parte do princípio de só se elege presidente quem tiver apoio dos bispos e simpatia do baixo clero. É aí que entra um nome novinho em folha, o de Heráclito Fortes (PSB-PI), camarada cheio de amigos e de um partido que não fecha às cegas com o PT nem com o PSDB.”
Eliane só não contou aos leitores que Heráclito é um dos principais conspiradores do Congresso e transformou sua casa, em Brasília, no quartel-general das articulações golpistas contra a presidente Dilma.