Com cargos, Centrão festeja a ‘boa política’ de Bolsonaro

Definitivamente, o governo Bolsonaro não é mais o mesmo: os palacianos já não falam em velha política. Também não é mais o mesmo o discurso do Centrão, grupo que reúne quase uma dezena de partidos no Congresso e tem pelo menos 200 deputados na Câmara.

O símbolo dessa mudança de discurso é Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. Depois que viu seu amigo Fábio Farias nomeado para o recriado ministério das Comunicações, Maia foi taxativo, quase revelando o sorriso do coração: “Agora ele começa a fazer política”, disse em relação aos entendimentos do Centrão com o governo.

O discurso do Centrão é outro. Mas o grupo parece seguir o de sempre, dedicando-se ao que mais gosta (ou talvez ao que realmente sabe fazer): ser governo. A mudança de tom começou com a saída de Sérgio Moro, um nome que boa parte dos congressistas e praticamente todo o Centrão simplesmente não engolia. Tanto que as principais vozes do grupo saíram desqualificando o vídeo da reunião ministerial que mostraria a intenção do presidente de interferir na Polícia Federal.

Lideranças fundamentais do grupo, como o senador Ciro Nogueira, não pouparam gestos de deseja. E agora já faz “live” com ministros anunciando obras para o Piauí. Mas ainda faltava a voz de Rodrigo Maia. Não falta mais. O simples “agora ele começa a fazer política” pode ser traduzido como um “ah, agora ele fala a nossa língua”. E ficou implícito o “e nós falamos a língua dele”. Mas que fique claro: com o Centrão não se brinca. E o contentamento de agora não esgota a sede por mais espaço no governo.

E se as coisas complicarem para o grupo palaciano, aí é que a pedida aumenta. Essa é lógica do Centrão.

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