Deputados estaduais buscam soluções para a demora de atendimento enfrentada no SUS

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A Comissão de Saúde, Educação e Cultura da Assembleia Legislativa do Piauí realizou, nesta quinta-feira (18), uma audiência pública para discutir o Sistema de Regulação Estadual de Saúde. Motivaram o debate as reclamações em relação à demora nos atendimentos. O presidente da Comissão, Dr. Vinícius (PT), disse que o grupo de trabalho assume o compromisso de apontar soluções para o problema, debatido por gestores e representantes de entidades, que apresentaram os gargalos do sistema à Casa, composta em boa parte por médicos.

“Muitas das coisas que estão surgindo se devem ao fato de o estado ter melhorado a sua rede de serviços da saúde. Antigamente, era praticamente só Teresina e, eventualmente. Parnaíba. Hoje, a própria rede estadual e municipal teve uma melhoria significativa. Não é suficiente, alguns problemas se agravam ainda mais, e a gente vai precisar continuar avançando”, afirmou o deputado Francisco Limma (PT), autor do requerimento que motivou a realização da audiência.

“Temos um problema grave de financiamento do SUS. O Brasil é um dos países da OCDE [Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico] que menos disponibiliza orçamento para a saúde pública, mas é um dos que mais gasta na saúde privada. Veja a distorção. Não temos um cenário a curto e médio prazo com possibilidade de ampliação do orçamento, logo, nós temos que melhorar a eficiência da gestão. A regulação é para isso. Precisamos ser mais organizados”, ressaltou o deputado Dr. Gil Carlos (PT).

O deputado Dr Thales Coelho (Progressistas) disse conhecer de perto a dificuldade, desde a atenção primária à atenção terciária. “Venho cobrando investimentos nos hospitais regionais, que não têm estrutura adequada para a realização de cirurgias eletivas, exames, o que acaba superlotando o HU, o HGV, HUT. Isso é visível, eu presenciei como médico e presencio até hoje […] Outro ponto são as cirurgias eletivas e atendimentos especializados, que nós não temos nos hospitais regionais nesses municípios polo. Às vezes o município não tem sequer uma endoscopia. Cateterismo, só Teresina faz. Acaba sobrecarregando”, pontuou.

Thales Coelho enfatizou a tramitação do projeto de lei 10/23, do deputado licenciado Flávio Júnior (PT), que dispõe sobre a publicação, na internet, do quantitativo de pacientes que aguardam por consultas, exames, intervenções cirúrgicas e outros procedimentos na rede pública de saúde. O deputado Francisco Limma explicou que pediu vistas do projeto na Comissão de Constituição e Justiça, para que a matéria pudesse ser analisada pelos colegas após os debates promovidos pela audiência.

O deputado Dr. Felipe Sampaio (MDB) sugeriu que o Piauí busque modelos de gestão em que a regulação tem dado certo. A deputada Gracinha Mão Santa (Progressistas) parabenizou o deputado Limma pela audiência e ressaltou que o Governo do Estado precisa dar uma resposta especialmente aos municípios em relação às deficiências na área da saúde. “Quanto mais distante da capital, maior o sofrimento do povo”, concluiu.

Fonte: ALEPI

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