DISTRITÃO: O eleitor entende assim

Por Gustavo Almeida

Quem tem mais voto, ganha. Essa é a forma como o eleitor comum entende que deve ser o processo eleitoral. O Congresso Nacional discute mudanças nas regras para as eleições de 2022 e a possibilidade do chamado distritão passar tem se tornado cada vez maior. 

Nesse modelo, serão eleitos para cargos legislativos aqueles que tiverem mais votos. Ou seja, se no Piauí, por exemplo, tem 30 vagas de deputados estaduais, ganham aqueles 30 mais votados. Se são 10 deputados federais, ganham os 10 mais votados. 

A aprovação será, a priori, apenas para as eleições do ano que vem, servindo de transição para outro modelo, o distrital misto, que seria adotado na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas e nas câmaras de municípios com mais de 100 mil eleitores. Nos municípios com menos de 100 mil habitantes, o distritão, segundo o texto analisado na Câmara, será o modelo permanente. 

O distritão é alvo de críticas de alguns especialistas, que avaliam que ele acaba com os partidos políticos, uma vez que personaliza ao máximo o voto. Independente das opiniões divididas, é necessário um modelo que faça justiça ao voto do eleitor.

Do jeito que está hoje é uma aberração. Não é concebível um candidato a vereador ter 5 mil votos e perder, enquanto outro tem 1.700 votos e se elege. É inconcebível um candidato a deputado federal ter 100 mil votos e perder e outro ter apenas 50 mil e ganhar. Isso não é democracia. 

O distritão pode até não ser o ideal, mas não fere de morte a vontade do eleitor como no modelo atual.

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