Escola Tia Erinelda completa 67 anos, Educando e Socializando gerações
“É preciso honrar quem semeia.” Nascia em 1 ° de Julho de 1953, na cidade de Esperantina-PI, antigo Retiro de Nossa Senhora da Boa Esperança, a Escola de Educação Social Dr. CHAGAS RODRIGUES, sob a presidência de sua fundadora e diretora ginasiana Erinelda Alves Ramos, conforme relata a respectiva Ata de fundação. Hoje carinhosamente chamada de “Escolinha Tia Erinelda”.
Texto do Advogado José Angelo
Rebuscando a história, retrocedemos ao ano de 1953, quando a jovem e destemida Professora Erinelda Alves Ramos, filha de Antônio Ramos Sobrinho e Antonieta Pires Alves Ramos iniciava sua missão de vida e um desafio que iria marcar a história e as pessoas do lugar em que vive para a eternidade.
Naquele tempo, Erinelda, já demonstrava preocupação com a educação de seus conterrâneos e lecionava “aulas de reforço”. Com o passar do tempo, aquela brilhantes, competente, inteligente e perseverante jovem passou a ser muito procurada pelos pais de crianças da época para reforçar o aprendizado de seus filhos esperantinenses. Daí então, incentivada por seu irmão Nicodemos, tiveram a brilhante e desafiadora idéia de criar uma escola, surgindo, assim, o embrião de uma instituição de ensino que iria construir um brilhante capítulo na educação de Esperantina-PI.
Seu irmão, Nicodemos, exímio profissional operador do direito e mago da retórica, cuidou de providenciar todo o arcabouço legal, além de promover a orientação dos profissionais que iriam desencadear um processo revolucionário da educação no município de Esperantina-PI por meio da instituição então criada.
Nascia, assim, em 1º de julho de 1953, na cidade de Esperantina-PI, antigo Retiro de Nossa Senhora da Boa Esperança, Estado do Piauí, funcionando na “Casa residencial do Sr. Antônio Ramos Sobrinho, a Escola de Educação Social Dr. Chagas Rodrigues, sob a presidência de sua fundadora e diretora ginasiana Erinelda Alves Ramos”, conforme relata a respectiva Ata de Fundação, instituição de ensino esta que levava o nome do “compadre” de seu irmão Nicodemos e que se tornaria uma referência moral da política estadual.
Naquela oportunidade, na qual se faziam presentes inúmeras e relevantes personagens da vida social da cidade, a jovem Professora Erinelda, ao fazer uso da palavra, professou a sua própria “missão de vida”, afirmando que “o estabelecimento que ora se fundava era muito modesto, mas que tinha ela em vista desenvolver o ensino primário em sua terra e prestar, assim, um grande beneficio, senão o de auxiliar, dentro das possibilidades da Escola e das suas próprias, todos aqueles que querem aprender a ler, a escrever, a contar e a conhecer as coisas do Brasil”, objetivos estes também corrobados, de forma pública, pela também colaboradora e diretora Maria José Pires Saavedra, dona Badé (in memoriam).
O Estatuto Social, elaborado por seu irmão José de Nicodemos Alves Ramos, fora regularmente publicado no Diário Oficial de 15 de maio de 1954.
No atestado de nascimento da instituição de ensino que passaria a comandar dali em diante, percebe-se, nas singelas palavras da Professora Erinelda tratar-se, desde jovem, de pessoa moralmente impoluta, preocupada com a educação e o futuro de sua terra e das crianças que nascem e vivem por estas bandas, além de ser nacionalista e caridosa, sabendo reconhecer as dificuldades dos outros e ter atitude de colaborar com o engrandecimento de sua terra natal, virtudes estas herdadas de seus pais.
No início, a Escola passou a ministrar aulas da séries primárias, hoje ensino fundamental; os alunos ficavam dispostos em “carteiras duplas” que eram enfileiradas de acordo com a série, vez que as turmas eram multisseriadas. O ensino ali ministrado se notabilizou pela rigidez e pela disciplina na formação de seus alunos, o que podia ser mensurado desde a forma de se freqüentar o banheiro, quando se utilizava uma “pedrinha” como senha para identificar se o mesmo estava livre ou ocupado, até o zelo e preocupação com a higiene, fardamento e as regras de trato social passadas aos seus alunos.
Com o passar dos anos, a Escola foi crescendo e houve a necessidade de construção de uma sede própria, passando a funcionar à Rua Patriotino Lages, 388, centro, prédio este que sofreu inúmeras melhorias ao longo do tempo.
A árvore regada passou a dar bons frutos vez que, inúmeras pessoas que por ali passaram, tornaram-se pessoas de bem, doutores do saber e cidadãos conscientes de seu papel como instrumentos de transformação social, levando ao mundo a mensagem de que é, sim, possível construir um novo e melhor mundo através da educação.
A Tia Erinelda cresceu e o padrão de excelência do ensino foi disseminado como a brisa que sopra do Rio Longá no final das tardes e a comunidade local acostumou-se a tratar a Escola de “Escolinha da Tia Erinelda”, terminologia este sinônimo de extensão da casa dos alunos, onde se educava com seriedade e disciplina não para a realização de provas e aprovação anual, mas para a “vida”.
Tia Erinelda, portanto, deixou de ser pessoa física; passou a ser “instituição”, “reserva moral da educação no município”, “tia pública” e, a partir de então, por clamor de pais e alunos, a Escola passou a se denominar “Escolinha da Tia Erinelda”, levando a mensagem “educando e socializando gerações”, expressão esta que sintetiza a missão da instituição, operacionalizada pelas pessoas que, com o trabalho e a colaboração, promovem a sua existência e o seu funcionamento.
“Hoje, aos 80 anos e com saúde, graças ao Senhor, a Tia Erinelda com a ajuda e apoio de sua irmão e, também professora, Maria Tereza Alves Ramos, ainda trilha a sua missão convicta de que a educação é o maior patrimônio que os pais podem deixar para os filhos e nós, da família, Eu, Andaluza, Alexandra, Iolany, Antônio Ramos, Elza, Carvalho, Nicodemos e Maria da Graça, prestamos o apoio moral necessário à continuação deste sonho de formar as crianças e jovens de nossa Esperantina-PI”. Disse José Angelo.
Aos colaboradores, sejam professores, zeladores, merendeiras e funcionários em geral que trabalham para o funcionamento da Escola ao longo do tempo e que hoje fazem a engrenagem funcionar, estejam certos de que contribuíram para a formação das crianças e jovens de Esperantina-PI e, conseqüentemente, para o engrandecimento dessa terra.
Aos pais, alunos e ex-alunos, também estejam certos de que esses 60 anos de existência não poderiam estar sendo comemorados não fosse a confiança depositada no trabalho desenvolvido pelos os profissionais desta escola, que procura funcionar como uma extensão da família, transmitindo valores e ensinamentos na busca de formar seres humanos de forma integral e integrada.
A Escolinha da Tia Erinelda, ao completar 60 anos de existência, atualmente conta com uma estrutura física invejável, dispondo de turmas de educação dos níveis I, II e III, Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano, salas amplas e climatizadas, quadra esportiva coberta, cantina, biblioteca, parque infantil e área de lazer, promovendo a valorização cultural e esportiva, incentivando a interação social e o aprendizado através de aulas-passeio e excursões no intuito de aliar os ensinamentos teóricos à prática, prova viva de que é possível desempenhar e promover o magistério com qualidade e responsabilidade, pois “o ato de ensinar é um ato de amor” e a educação é o alicerce para que uma sociedade se torne mais justa, isonômica e desenvolvida.
A educação de Esperantina-PI possui referencias na educação e, no presente caso, os referenciais se confundem e se fundam em uma só marca, “Tia Erinelda” !
Parabéns pelos 60 anos de fundação e existência ativa da “Escolinha da Tia Erinelda”!