Existem corruptos bons?
Corrupção é o ato de se corromper, que significa perverter física ou moralmente, alterar, adulterar, subornar. Ela não é nada mais do que oferecer algo para obter vantagem em algo, onde alguém ganha, mas também alguém é prejudicado. Corrupção ainda vem do latim corruptus, que significa “quebrado em pedaços”.
Simplesmente não existem corruptos bons porque a premissa de ser corrupto é obter vantagem contra alguém, e não existe nada de bom nisso. Não existem corruptos bons, mas com certeza existem bons corruptos, mestres na arte de corromper, que sabem todo o processo de fazer corrupção, esses sim existem, e aos montes.
Sei que você deve ter pensado nos políticos brasileiros, mas saiba que esse texto não é apenas sobre eles, tem muita gente corrupta em outras áreas também. Pode ter na sua empresa, na sua rua, ou quem sabe você, será que você não é corrupto, será que em um momento nunca tentou obter vantagem sobre alguém de forma errada. Alguns exemplos simples para você se avaliar são furar filar, em que você ganha posição e muitas outras pessoas perdem uma, e não importa se você furou a fila na cara de pau, se ficou falando com um amigo na fila, ou se pediu uma senha a um amigo que trabalhava nesse local, você é corrupto do mesmo jeito.
Se trocou seu voto por um saco de cimento ou se colocou um gato na energia, você continua sendo corrupto. O problema não está nos políticos ou em apenas uma parte da população que tem o poder, o problema está em você, e quando digo você quero dizer nós. Falamos mal dos políticos, do nosso chefe ladrão, e do patrão sonegador, mas não queremos assumir a responsabilidade que eles têm. Não queremos ser um político, um chefe, um patrão, deixamos que aqueles que já têm ideias corruptas vão lá e assumam esse lugar. E pior, se por ventura entrarmos nesses ramos, acabamos nos deixando corromper, e não pense que o poder corroí, quem se corroí são as próprias pessoas.
Calil Simão, um jurista brasileiro, diz o seguinte: “A corrupção social ou estatal é caracterizada pela incapacidade moral dos cidadãos de assumir compromissos voltados ao bem comum. Vale dizer, os cidadãos mostram-se incapazes de fazer coisas que não lhes traga uma gratificação pessoal.”
Ou seja, você não trabalha para melhorar o país, trabalha para alimentar seus filhos. Não trabalha pra deixar sua marca no mundo e mudar a vida das pessoas, trabalha para comprar seu carrinho e pagar as contas de casa. E no momento que você pensa assim você tem grandes chances de se corromper. Tá, trabalhar para si ou para os filhos é bonito, e é necessário, eu sei que você precisa comer, mas os políticos também, eles só querem um pouco mais de caviar, poder alugar um jatinho e ir com a família visitar a Europa, a justificativa é maior, mas é a mesma. Entenda que o problema não é trabalhar para si e para família, o problema é fazer desse o único objetivo de vida, trabalhar pelo dinheiro e pelo que ele trás, ao invés de trabalhar para deixar sua marca no mundo.
Seus nervos devem estar a flor da pele agora, querendo-me xingar por dizer que você não deve pensar em si, e sim trabalhar pensando nos outros. Mas como argumento me deixe apresentar o nome de algumas pessoas, tenham elas existido ou não, mas que são lembradas até hoje e que são muito admiradas por tentar melhorar a vida dos outros e uma rápida mensagem do que eles queriam: Jesus (ame o próximo), Mahatma Gandhi (liberdade sem violência), Santos Dummont (o homem pode voar), Antonio Meucci (fale com quem está longe), Thomas Edison (faça-se luz), Martin Cooper (fale de onde estiver), Philo Farnsworth e Charles Francis Jenkins (crie-se entretenimento) e tantos outros que criaram algum coisa, e que não são conhecidos por criar algo, mas sim por criar algo que melhorou a vida dos outros, outros.
Artigo enviado por Luciano Junior