Exposição mostra como mulheres são retratadas em letras de funk

Prefeitura de São Leopoldo-RS coloca trechos de letras de músicas em cartazes para chamar a atenção para a perpetuação da cultura do estupro no Brasil.

O funk é um gênero musical já consolidado e com um vasto público, mas ainda gera muita polêmica. As discussões em torno do conteúdo das letras das músicas de alguns MCs são recorrentes, principalmente em relação à objetificação do corpo da mulher, abordada também em movimentos internacionais recentes, como o Me Too.

A galeria de fotos abaixo está em exposição na prefeitura de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para mostrar como são vistas as mulheres em algumas músicas, carregadas de estereótipos e incitações à violência.

“Vou socar a tua buceta sem parar e se você pedir pra mim parar, não vou parar”, canta MC Denny na música ‘Vai Faz a Fila e Vem Uma de Cada Vez’, uma música que diz ainda “vem novinha safadinha perder sua virgindade” e que conta com milhões de visualizações no YouTube.

“Só surubinha de leve com essas filha da puta. Taca bebida, depois taca a pica e abandona na rua”, canta MC Diguinho no hit ‘Só Surubinha de Leve’.

Estas e outras letras, algumas mais antigas, acusadas de perpetuar uma cultura misógina e de violação, foram escritas em cartazes para fazer uma campanha pensada para o último Dia da Mulher.

O tema foi abordado, inclusive, pela imprensa internacional. O jornal espanhol El Mundo lembrou que uma mulher é estuprada no Brasil a cada 11 minutos, sendo que 70% das vítimas são menores abusadas por membros da família. Dados de 2016 mostram que a cada duas horas e meia uma mulher é vítima de estupro coletivo e apenas 15,7% dos acusados são presos.

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