FAKE NEWS sobre doença da “urina preta” prejudica vendas do Peixe no Piauí
O mercado de Peixe do Piauí tem enfrentado uma forte crise na comercialização dos pescados e já registra de queda nas vendas em 80%. O motivo da redução das vendas é o receio dos clientes em serem contaminados com a chamada “Doença de Haff/Urina preta” junto com notícias falsas sobre o assunto.
Terça-feira (21) a Secretaria do Estado da Saúde emitiu nota informativa de não há nenhum caso suspeito nem confirmado da síndrome no Piauí.
No entanto, mensagens compartilhadas em Whatsapp, muitas vezes com conteúdos falsos sobre a doença, tem afastado o consumidor. Nesta semana, inclusive, voltou a circular um vídeo de peixe com verme nos olhos que teria infectado 400 pessoas. Trata-se de uma fake news que foi desmentida ainda em 2019 pelo site Boatos.org.
Doença da urina preta
A Secretaria de Estado da Saúde, através do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Piauí (CIEVS-PI), publicou nota alertando a população sobre o crescente número de casos suspeitos de Doença de Haff/urina preta em alguns estados da Federação. A nota é de cunho informativo, uma vez que o Piauí não registra nenhum caso suspeito ou confirmado da doença.
A doença de Haff, causado pela ingestão de peixes ou crustáceos contaminados, deixa a urina com coloração escura, provoca dores musculares e insuficiência renal, já foi diagnosticada em pelo menos sete Estados brasileiros, dentre eles Amazonas, Bahia, Ceará e Pará. Os sintomas aparecem de duas a 24 horas após o consumo dos alimentos contaminados.
De acordo com a nota do Cievs, a contaminação se dá por meio de uma toxina que pode ser encontrada em peixes como o tambaqui, badejo, piratinga, arabaiana ou em crustáceos, como a lagosta, caranguejo e o camarão. A toxina, sem cheiro e sem sabor, surge quando o peixe não é guardado e acondicionado de maneira adequada.Segundo a coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, o Cievs está monitorando os casos ocorridos em outros estados com o objetivo de antecipar as ações com maior eficiência em prol da segurança alimentar da população piauiense. De acordo com a coordenadora, o pescado proveniente de empreendimentos que promovam boas práticas de manejo e manipulação, tanto na produção, quanto na sua comercialização, não representam riscos.
No entanto, a epidemiologista alerta que é importante o consumidor observar a forma que o pescado está acondicionado. “Esses alimentos devem sempre ser guardados em baixa temperatura, e consumidos o mais breve possível após sua compra, evitando deixá-los muito tempo na geladeira, já que as condições sanitárias são importantes para evitar contaminação”, garante Amélia Costa.