Funcionários da Eletrobrás denunciam privatização: ‘aumento sem melhoria’
Eletrotécnico da Eletrobras e integrante da Confederação Nacional dos Urbanitários, Francisco Marques rebateu, um a um, os argumentos governamentais a favor da privatização das distribuidoras. “As empresas privadas que estão bem posicionadas no ranking de Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que mostra as melhores empresas do setor, já estavam bem situadas. Não houve melhoria de uma empresa depois que foi vendida”, afirmou o sindicalista.
Marques lembrou ainda que as tarifas nas empresas privadas subiram mais que a inflação nos últimos anos, e que a grande maioria dos seus trabalhadores são de terceirizados, o que comprova a precarização dos serviços. “O número de mortes de trabalhadores terceirizados nas empresas de energia é maior do que as que ocorrem com os empregados próprios”, contou.
Em 2015, o número de mortes por acidente de trabalho nas distribuidoras foi de 51 terceirizados e 11 de empregados próprios. O sindicalista disse que também que, de 1995 a 2015, enquanto que a inflação foi de 340%, o reajuste das tarifas de energia elétrica chegou a 750%, quase o dobro.
A deputada Flora Isabel (PT), autora do pedido de audiência pública, ressaltou que a mobilização é importante porque a venda da Eletrobras precisa passar pelo Congresso Nacional, através de uma comissão de parlamentares. Segundo ela, ouvir a opinião dos sindicatos e da sociedade é fundamental para se aprofundar o debate. “Estão vendo apenas o lado do lucro. Temos que ouvir o lado dos trabalhadores, que são a engrenagem do sistema”.
Fonte: Jornal ODIA