Igreja é pioneira em uso de energia solar em Batalha
A imponente Igreja Matriz de São Gonçalo domina o centro do município de Batalha (165 km de Teresina), uma escadaria cinematográfica e com uma escultura de tamanho natural do padroeiro da cidade. A Igreja Matriz tem um grande diferencial que poucos enxergam: as 36 placas de energia solar que garantem a energia para o templo, que normalmente fica lotado com cerca de cem pessoas por missa, e é climatizado para os fiéis acompanharem os ritos, a leitura do Evangelho e o sermão do sacerdote. Informações MeioNorte.
O pároco da Igreja Matriz de São Gonçalo, padre Oscar do Nascimento Almeida, afirma que começou a pensar em usar a energia solar depois que climatizou a igreja. Segundo ele, com a climatização do templo religioso triplicou o valor da conta de energia mensal, ficando em R$ 1,2 mil.
“Quando a conta chegou a R$ 1,2 mil por mês, nós submetemos a proposta ao Conselho Paroquial, explicando que íamos usar uma energia que vem do sol, limpa e gratuita”, argumentou o padre Oscar do Nascimento.
Em seguida, o padre Oscar do Nascimento fez o projeto e foi fazer uma avaliação no mercado se poderia ter energia mais em conta.
Terminou encontrando uma empresa que implanta sistema de energia solar, cujo proprietário é natural de Batalha. Foram instaladas 36 placas de energia solar no telhado da Igreja Matriz de São Gonçalo, 18 de cada lado.
O padre Oscar Nascimento afirmou que após a implantação das placas solares, a conta de consumo de energia caiu de R$ 1,2 mil mensais para R$ 123,00, o que gera uma economia de cerca de R$ 900,00 a R$ 1 mil por mês.
“É uma dádiva de Deus usada na casa de Deus. É isso mesmo que está acontecendo”, disse Padre Oscar Nascimento
Para que as placas de energia solar fossem instaladas no telhado da igreja foram investidos R$ 60 mil, dinheiro que em cinco anos retornará para os cofres do templo por causa da economia dos gastos mensais.
A igreja tem um conversor que joga a energia solar na rede de energia elétrica da companhia Cepisa Equatorial.
“O que nós produzimos entra na rede e é descontado do que consumimos. Se consumimos a mais dos kilowatts da energia solar, que o sol colocou à nossa disposição, nós pagamos para a Cepisa Equatorial, mas como, graças a Deus, o sol está disponível o dia inteiro, geralmente o nosso consumo não passa da energia gerada”, declarou o padre Oscar Nascimento, adiantando que Batalha tem, no mínimo, 11 meses de sol. “No período chuvoso também aparece, os dias não ficam nublados o tempo inteiro”, falou o sacerdote.
“É uma dádiva de Deus usada na casa de Deus. É isso mesmo que está acontecendo”, falou padre Oscar Nascimento.
Igreja sempre fica lotada nas missas e na primeira eucaristia
A Igreja Matriz de São Gonçalo é colossal e rica em arte sacra. Além da imagem de São Gonçalo, as imagens de santos e de Jesus Cristo estão espalhadas pelas paredes e pelos cantos. Imagens de Jesus Cristo, Crucificado, do Senhor Morto ficam expostas para os fiéis. A imagem de Nossa Senhora de Lourdes fica em uma gruta, a pia batismal é de mármore.
A igreja climatizada ajuda na preservação das esculturas dos santos e de toda a arte sacra existente na Igreja Matriz de São Gonçalo, a primeira do Piauí a usar energia solar.
Barateamento dos equipamentos tornou energia mais acessível
A tecnologia solar fotovoltaica evoluiu de forma significativa na última década: avanços importantes no processo de manufatura, novos recordes de eficiência dos módulos fotovoltaicos e o barateamento dos equipamentos tornaram a eletricidade do sol cada vez mais acessível a todas as camadas da população. Porém, é importante destacar que o mercado é movimentado e desenvolvido não apenas por equipamentos, mas principalmente por pessoas, afirmam Ronaldo Koloszuk, Rodrigo Sauaia e Rodolfo Meyer, em texto para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Segundo eles, o capital humano é – e sempre será – a maior riqueza do setor solar fotovoltaico, em especial no segmento de geração distribuída (GDFV), com sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos.
Embora os fabricantes de equipamentos, os integradores e os distribuidores exerçam um papel importante no mercado de GDFV, são os instaladores que têm promovido uma verdadeira revolução econômica e sustentável no Brasil e no mundo, já que estão na linha de frente, em contato direto com os consumidores finais.
Mapeamento recente mostra que há no país mais de 12 mil empresas de instalação, espalhadas por todo o território nacional. De Norte a Sul do Brasil, os instaladores são os grandes responsáveis pela disseminação da tecnologia solar fotovoltaica junto aos mais de 208 milhões de brasileiros.
De 2012 até hoje, esses guerreiros já inseriram mais de 990 megawatts (MW) de potência instalada na matriz elétrica nacional, em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica junto a residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos.
“Vale lembrar que a fonte solar fotovoltaica agrega inúmeros benefícios para o progresso do país, dentre os quais: redução de gastos com energia elétrica, atração de investimentos, geração de empregos locais de qualidade, redução de impactos ao meio ambiente, redução de perdas elétricas na rede nacional, postergação de investimentos em transmissão e distribuição e alívio do sistema elétrico em horários de alta demanda diurna, como nos meses de verão, entre muitos outros”, afirmam Ronaldo Koloszuk, Rodrigo Sauaia e Rodolfo Meyer.
Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 74,0% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (17,2%), consumidores rurais (5,4%), indústrias (2,8%), poder público (0,6%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).
Em pesquisa realizada no primeiro semestre deste ano com mais de 1.500 empresas, constatou-se que: 41,2% delas trabalham com energia solar fotovoltaica há menos de um ano; 27,1% de um a dois anos; 19,5% de dois a três anos; e apenas 12,3% atuam há mais de quatro anos. Outro dado interessante: 6% das empresas ultrapassaram a marca de 50 sistemas instalados; 57,9% instalaram de 10 a 50 sistemas; e 36,4% ainda não completaram suas três primeiras instalações. Um mercado repleto de novos entrantes, iniciando suas jornadas no setor.
Do total de sistemas fotovoltaicos instalados até hoje em GDFV, cerca de 25.000 projetos já foram submetidos para certificação e avaliação dos próprios consumidores. Com isso, já são mais de 1.400 empresas instaladoras que possuem um selo de qualidade.
“Embora o mercado solar fotovoltaico seja ainda muito recente no país, as previsões e projeções indicam que, em questão de poucos anos, será um dos mais relevantes dentro do setor elétrico brasileiro.
Tal perspectiva é amparada também pelo forte apoio da população brasileira à tecnologia. Levantamento realizado pelo Ibope Inteligência, em 2018, apontou que 9 em cada 10 brasileiros querem gerar energia renovável em casa. Pesquisas realizadas pelo Ibope Inteligência, em 2018 e 2017, pelo Datafolha, em 2016, e pelo DataSenado, em 2015, comprovaram que a fonte solar fotovoltaica conta com amplo apoio de mais de 85% da população brasileira. Por isso, não restam dúvidas: o futuro do Brasil é solar fotovoltaico e os instaladores terão papel importante, como os guerreiros que ajudarão a construir este futuro renovável, limpo, sustentável, competitivo e cada vez mais brilhante ao país e à nossa sociedade”, avaliam Ronaldo Koloszuk, Rodrigo Sauaia e Rodolfo Meyer.