Inflação perde força em fevereiro devido a energia mais barata
A inflação oficial brasileira desacelerou de janeiro para fevereiro, passando de alta de 1,27% para 0,90%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 2,18%, e, em doze meses, a valorização é de 10,36%.
A principal contribuição para a desaceleração do índice veio do grupo Habitação, com recuo de 0,15%, com destaque para as contas de energia elétrica. “Este comportamento se deve à redução no valor da bandeira tarifária vermelha, que passou de 4,50 para 3 reais por cada 100 kilowatts-hora consumidos, a partir de 1º de fevereiro”, explica o IBGE,
Na contramão, o grupo Educação foi o que mais pressionou o índice geral, com alta de 5,90%. O número reflete “os reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente nos valores das mensalidades dos cursos regulares”, explica o IBGE.
Em seguida, o grupo que mais contribuiu foi Alimentação e Bebidas, com avanço de 1,06% em fevereiro ante janeiro. Neste grupo,os destaques foram a cenoura (23,79%) e farinha de mandioca (11,40%). Entre os produtos com preços em queda, destacam-se o tomate (-12,63%) e a batata-inglesa (-5,70%).
Ambos os grupos, Educação e Alimentação e Bebidas, tiveram contribuição de 0,27 ponto porcentual no resultado do IPCA de fevereiro.
Por região, o maior índice foi registrado em Salvador (1,41%), destacando-se a alta de 2,55% nos preços dos alimentos. Já o menor foi o de Vitória (0,28%), onde os alimentos ficaram em 0,36%, bem abaixo da média nacional (1,06%).
Economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central apontam que a estimativa para o IPCA no final deste ano é de alta de 7,59%. Ainda assim, o BC decidiu manter a taxa básica de juros em 14,25% diante da elevação das incertezas no cenário externo.