João Henrique reclama de aliança entre PMDB e PT no Piauí
O vice-presidente do PMDB no Piauí, João Henrique Sousa, demonstrou certa incompreensão à aliança entre seu partido e o PT no Estado. Em entrevista ontem (21) a TV Cidade Verde, ele classificou como uma operação difícil a aliança entre PT e PMDB no Piauí por conta do cenário político nacional, em que as duas siglas se digladiam pelo cargo de presidente da República.
João Henrique comentou que em todos os outros estados da federação, não há registros de aproximação ente os partidos. “O que se ver em cada um dos estados é um distanciamento entre PT e PMDB, cada um em um vértice, até porque o PMDB hoje está comandando o Governo Federal com a pessoa do nosso presidente Michel Temer e naturalmente o PT que deixou de ser Governo acusa este Governo ali instalado de ilegítimo e golpista”, pontua João Henrique Sousa, que hoje exerce a presidência do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi) e é amigo pessoal do presidente Michel Temer (PMDB).
João Henrique Sousa comentou, inclusive, que o próprio governador Wellington Dias (PT) tem resistido em reconhecer Temer como presidente legitimo. “No Piauí o PT não foge à regra e considera o Governo Temer ilegítimo e golpista, ao ponto de que se você chegar hoje ao gabinete do governador Wellington Dias você verá posta a fotografia da presidente Dilma, num reconhecimento de que o Governo não mudou e se mudou foi de forma ilegítima”, protestou.
O vice-presidente da sigla comentou ainda que nas próprias eleições municipais o PMDB sofreu com a máquina governista nas principais cidades onde concorria à prefeitura. “Na própria cidade do presidente Temístocles, em Esperantina, onde tínhamos uma grande expectativa de vitória, a prefeita que é do PT recebeu apoio absolutamente forte do Governo, assim como em Floriano e Uruçuí”, segue João Henrique Sousa.
Apesar de dizer que não entra no mérito da aliança entre os dois partidos no Piauí, João Henrique disse que para serem aliados de governo, é preciso que haja um chamado para convenção extraordinária em que quem vai decidir sobre a aliança são os 480 delegados do partido.
“A questão dos deputados estaduais, cada um sabe onde seu sapato aperta. Eles podem conduzir porque precisam prestar contas com seus eleitores, mas o sentimento por onde ando é o do PMDB entusiasmadamente defender a tese da candidatura própria em 2018”, concluiu João Henrique Sousa.
Procurado para comentar as declarações de João Henrique, o presidente estadual do partido, deputado federal Marcelo Castro (PMDB), não atendeu as ligações. Já o presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Temístocles Filho (PMDB), afirmou que não comenta as declarações de João Henrique. “Vou dar calado como resposta”, disse o parlamentar.
Por: João Magalhães/ O DIA