Livre da aftosa, Piauí deve atrair novos empreendimentos
De zona de risco desconhecido para área livre da febre aftosa. Este foi o percurso traçado pela agropecuária do estado do Piauí na última década e que foi sacramentado no dia 3 de setembro pelo próprio ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. A mudança de status sanitário era esperada, principalmente, pelos criadores de gado bovino, caprinos e ovinos, que vislumbravam competir no mercado nacional em pé de igualdade com os animais de outros estados brasileiros.
“A certificação significa dizer que, hoje, o Piauí se iguala a quase todos os estados da federação que são considerados área livre da febre aftosa com vacinação, a exceção é Santa Catarina que é área livre de febre aftosa sem vacinação e de alguns estados do Norte que estão abaixo da nossa classificação”, explica Idílio Moura, diretor técnico da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi).
Para ele, o reconhecimento nacional implicará diretamente no avanço do estado e de sua economia, já que, o Piauí passa a ser mais atrativo para indústrias que trabalham neste segmento. “Nós temos melhoramento genético, padrão racial, e esperamos incrementar ainda mais a renda do criador e também atrair empresas, principalmente, agroindústrias para se implantarem no estado do Piauí”, afirma.
Segundo Idílio, já existe a previsão de instalação de uma agroindústria de aves na região dos Cerrados, em especial no município de Uruçuí, que terá capacidade para abater 300 mil aves por dia. “Então outras indústrias também podem se instalar no estado, bem como indústrias de laticínios, matadouros frigoríficos de carnes bovinas, de caprinos e ovinos. O que a gente pede ao criador é que ele continue fazendo seu dever de casa, vacinando o seu rebanho de acordo com o calendário determinado pela Adapi para que possamos manter e avançar ainda mais na nossa certificação”, pondera.
O diretor técnico ressalta ainda que é preciso que os criadores continuem vacinando seu rebanho de seis em seis meses, para que assim o Piauí chegue ao patamar ideal que é ser reconhecido internacionalmente como área livre da febre aftosa. “Vamos intensificar os nossos serviços, nossas ações de fiscalização às propriedades e à vacinação do gado. Pois, em fevereiro, a gente deve receber uma importante missão da OIE [Organização Mundial de Saúde Animal], que fará uma auditoria no Piauí com o intuito de apontar se estamos aptos a receber o certificado internacional para a área livre de aftosa”, revela.
De acordo com Idílio Moura, após esta auditoria, haverá uma assembleia geral no exterior, que deve reunir membros de todos os continentes, para decidir quais regiões irão receber a certificação internacional, passando a ter trânsito livre dos animais vivos e dos produtos de origem animal em todo o mundo. “Consequentemente, haverá um incremento no preço dos animais vivos, principalmente, dos bezerros. Isso vai gerar mais renda e emprego no setor produtivo e vai contribuir para o desenvolvimento do estado do Piauí”, avalia.
Por: Virgianne Passos