Mãe é condenada a mais de 19 anos e irmão é absolvido pela morte de Izadora Mourão

O Tribunal Popular do Júri da Comarca de Pedro II, condenou na noite desta quarta-feira (16), Maria Nerci dos Santos Mourão a  19 anos e 6 meses de reclusão pelo assassinato da própria filha, a advogada Izadora Mourão, ocorrido no dia 13 de fevereiro de 2021 na cidade. Já o irmão João Paulo Santos Mourão, tido como partícipe do no caso, foi absolvido pelo crime. 

caso izadora mourão
João Paulo dos Santos, Izadora Mourão e Maria Nerci.

A sessão foi iniciada às 7 horas da manhã e contou com o depoimento de diversos atores ligados ao caso, desde familiares a autoridades policiais. Os réus realizaram seus depoimentos no período da tarde e os jurados decidiram pela condenação da mãe diante dos fatos apresentados nos autos e nas investigações, além da confissão da idosa do homicídio triplamente qualificado. 

Dos réus, Maria Nerci dos Santos Mourão foi a primeira a depor. A idosa confessou a autoria do assassinato e em sua fala, a mãe descartou a participação do irmão da vítima e disse que realizou o crime sozinha. A mãe relatou como o assassinato ocorreu, com uma série de detalhes. Segundo ela, a família vinha com diversos problemas a partir da advogada após sua separação, onde era bastante afetada.

No depoimento, ela disse que no dia do crime, Izadora estava dormindo na cama do irmão, quando decidiu tirar a vida da própria filha a sangue-frio. Depois do crime, ela confessou que encobertou toda a situação. Maria Nerci detalhou que primeiro golpe que deu foi no pescoço, na ‘veia matadora’, enquanto a filha estava na cama. Na sequência, a advogada reagiu, pegou em seu braço e a mãe continuou a esfaqueá-la até a morte. 

João Paulos dos Santos Mourão depôs logo em seguida a mãe. João Paulo narrou detalhes da madrugada do dia 13 de fevereiro daquele ano, a manhã do crime e sobre as investigações. No depoimento, o jornalista disse que só soube da suspeita da participação de Maria Nerci no crime quando estava recolhido na Cadeia Pública de Altos. Ele também negou participação no assassinato da irmã.

“Eu estou muito triste, sentido, de corpo e alma, pelo que minha mãe fez, que acabou me prejudicando e que causa revolta. Revolta da família, revolta em mim que estou sofrendo constantemente por isso. Eu como filho, o primeiro relato que ela me deu quado perguntei, é minha mãe, eu acreditei, porque ela sempre falou a verdade para os filhos e não tinha porque duvidar dela. Ficou aberto, deixou brechas”, disse João Paulo sobre a narrativa apresentada pela mãe. 

Maria Nerci seguirá em regime domiciliar por cuidar de um outro filho, que possui problemas mentais, a pedido da autoridade policial e do Ministério Público. 

O crime

A advogada foi morta na residência onde morava em Pedro II na manhã  do dia 13 de fevereiro do ano passado. Em um primeiro momento, a mãe e o irmão de Izadora afirmaram para a investigação que uma mulher, que seria uma vendedora de roupas, teria chegado no local e pedido para conversar com a advogada, em seguida saiu do local e os familiares encontraram a vítima caída no chão já sem vida.

A versão apresentada pelos suspeitos foi contraditória e não convenceu a investigação. Dois dias depois do crime, o jornalista e bacharel em direito João Paulo foi preso acusado de matar a irmã. Sua mãe foi presa em seguida como cúmplice do crime.

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