Marcha encampa luta contra cisternas de plástico para sertanejos
Encabeçada pelo advogado Arimatéia Dantas, o grupo pretende percorrer os municípios de Guaribas, Caracol, Jurema, Anísio de Abreu, São Brás e São Raimundo Nonato com o tema “Por um Sertão sem Corrupção”.
Segundo o coordenador um dos focos da caminhada é debater a questão das cisternas de plástico, que tem causado complicações para os sertanejos. Além disso, os gastos com seca destinados para cada município serão analisados junto às prefeitura, câmaras municipais e outros órgãos de controle de recursos.
As cisternas implantadas pelo governo custam o dobro das de cimento, mas com durabilidade reduzida. Muitas estão rasgando e derretendo, como mostra as imagens que o advogado apresentou no lançamento da marcha no auditório da OAB em Teresina.
“É uma das coisas que a gente tá batendo. As cisternas de plástico estão desafiando o povo sertanejo, porque é um absurdo. As cisternas de plástico duram pouco e o de cimento é pro resto da vida e são muito mais baratas, custam a metade do preço, em média R$ 1.800,00 e as de plástico custam em média R$ 3.500. A previsão é que se façam 60 mil cisternas de plástico com esse dinheiro dariam pra fazer 120 mil cisternas de cimento”; destaca Arimatéia.
Órgãos como OAB-PI, Cáritas, CTP, CUT, Fetag e alguns sindicatos vão acompanhar a caminhada além de representantes de órgãos de outros estados, como São Paulo, Brasília, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e representante da Transparência Internacional, com um representante que vem de Berlim, passar do dia 20 de julho a 4 de agosto. A ideia central da marcha é despertar na sociedade o senso de participação na fiscalização do dinheiro público.
“É muito fácil a gente cobrar de A ou B, mas o estado brasileiro permite que o cidadão vá a câmara municipal e manuseie os documentos, permite que a gente tenha
acesso às informações. É uma forma de ter uma participação mais ativa na sociedade e a Força Tarefa vai intervir com força pra isso”; afirma Arimatéia.
Ao longo dos 12 anos de caminhadas e percursos pelo Piauí combatendo a corrupção Arimatéia explica que muita coisa mudou na mentalidade de gestores e da população dos municípios. Muitas obras e recursos que estavam ‘fora do eixo’, ou por atraso ou superfaturamento tiveram desfecho positivo após a passagem da Marcha Contra Corrupção.
“Temos muita coisa palpável, como poços que estavam no papel e após denúncia nossa fez com que eles viessem a tona. Escolas, ruas e estamos com essa questão das câmaras fechadas para o povo. Temos muito o que fazer. No início havia muita resistência, mas ultimamente os próprios gestores se justificam as prestações de contas participando das aulas de cidadania quando a gente se reúne”; disse.
A Marcha Contra a Corrupção sai de Teresina no dia 10 de julho com previsão de retorno para o dia 24 de julho.
Por Rodrigo Antunes