Pesquisa realizada pelo Sebrae, entre os dias 03 e 07 de abril, mostra que apesar do amplo impacto negativo da pandemia, alguns segmentos, como o comércio varejista e o ramo de alimentos e bebidas, conseguiram equilibrar o fluxo de caixa e até registrar crescimento no faturamento.
O levantamento, que ouviu 6.080 empreendedores de todo o país, estima que 400 mil pequenos negócios tiveram aumento médio de 47% na receita. No Piauí, mais de 3 mil empresas tiveram resultados positivos nos últimos 30 dias.
“A inovação, a criatividade, o conhecimento, a conexão com os clientes e a capacidade de se reinventar de forma ágil são algumas das estratégias adotadas pelos pequenos negócios que conseguiram mitigar os efeitos da crise. Mas sabemos que o número de empresas que sofreram com a redução no faturamento é bem mais expressivo. Apesar disso, ainda há muitos caminhos que podem ser seguidos para sair dessa crise. E nós do Sebrae estamos empenhados para ajudar os empreendedores nesse processo de retomada das atividades”, destaca o diretor superintendente do Sebrae no Piauí, Mário Lacerda.
De acordo com o presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, pequenos negócios que passaram a inovar e mudaram seu modelo de negócio estão conseguindo se manter no mercado. “Observamos que, ainda que em um percentual baixo, se comparado ao resultado macro da pesquisa, os empresários que enxergaram oportunidades e se reinventaram deram um passo à frente. Segundo a pesquisa, entre as micro e pequenas empresas do Brasil que tiveram crescimento na receita durante a crise, cerca de 48% mudaram o modo de funcionamento, apostando mais em entregas online e serviços na internet”, explica.
Dentre os 14 segmentos analisados na sondagem, o de alimentos e bebidas é um exemplo de como a adaptação e a inovação podem render resultados positivos. Prova disso é que 92% dos que aumentaram o faturamento adaptaram o negócio ao modelo de entrega delivery
“Os empresários que apresentaram crescimento no faturamento encontraram uma oportunidade de negócio e conseguiram reter e conquistar clientes. Muitos deles já faziam entregas e investiam em marketing digital. Mas intensificaram essas ações nesse momento” pontua Carlos Melles.
A maior parcela dos entrevistados do país apostou nas entregas online (41,9%). No Piauí, 45% dos respondentes disseram ter adotado essa estratégia. Um percentual igualmente representativo dos pequenos negócios do Brasil e do Piauí reduziu o horário de funcionamento para minimizar os gastos e ganhar fôlego (41,2% e 45%, respectivamente).
O teletrabalho ocupa o terceiro lugar no ranking, que elenca as principais medidas adotadas pelas micro e pequenas empresas para se manter de pé em meio à crise causada pela COVID 19. Em todo o país, 21,6% das empresas estão operando em sistema de home office, enquanto no Piauí são apenas 10% atuando nessa modalidade.
É válido também registrar que, apesar do isolamento social, algumas empresas dos segmentos do comércio varejista, moda e beleza conseguiram mitigar os efeitos da crise sobre os negócios, implementando mudanças no modo de funcionamento, oferecendo serviços online, trabalhando com entregas e com pré-venda de produtos e serviços com preços especiais.
Esse foi o caso do Linda Studio, empresa localizada em Floriano, no centro-sul do Piauí, que adotou a estratégia de pré-venda para reduzir o impacto da queda no faturamento e garantir renda para as profissionais parceiras que atuam no salão de beleza.
“As profissionais da beleza não têm como realizar nenhum trabalho sem contato físico, o que comprometeu bastante a renda delas e o faturamento do salão. Como solução, criamos um voucher, com descontos especiais nos serviços, para ser utilizado após a quarentena. E essa ação foi um sucesso. Além da economia, quem adquiriu o voucher nos ajudou a enfrentar esse momento delicado para a nossa empresa”, conta a empresária Thaise Gadelha, proprietária do Linda Studio.
A pesquisa completa está disponível no endereço eletrônico datasebrae.com.br.
Fonte: Agência Sebrae